Avaliação é de que, ao ser designado por Lula como articulador oficial do Planalto nas negociações das tarifas, o vice-presidente conseguiu se reaproximar do setor produtivo
Geraldo Alckmin
Iander Porcella - Coluna Estadão
O plano A de Geraldo Alckmin é concorrer de novo como vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. No entanto, como tudo em política pode mudar a qualquer momento, seus aliados apostam que ele sairá fortalecido do tarifaço de Donald Trump contra o Brasil até mesmo para enfrentar o popular governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa pelo governo de São Paulo ano que vem.
Após governar o Estado por duas vezes, Alckmin se desgastou ao se alinhar à esquerda. No entanto, a avaliação é que, ao ser designado por Lula como articulador oficial do Planalto nas negociações das tarifas, o vice conseguiu se reaproximar do setor produtivo que o apoiou no passado, mas viu com desconfiança seu embarque na gestão petista depois de décadas de oposição do PT.
Os aliados de Alckmin veem Tarcísio enfraquecido, principalmente entre empresários, após defender inicialmente a ação de Trump. Na percepção de quem tem contato com o vice, caiu a ficha do setor produtivo de que o atual governador terá de fazer inúmeras concessões ao ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto Alckmin poderia ser mais independente.
Os adversários de Tarcísio veem ainda um desgaste do governador com polêmicas sobre a segurança pública no Estado. Levantamentos internos de partidos apontam piora na avaliação dele neste tema.
Outra opção para Alckmin seria concorrer ao Senado em São Paulo. No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também é cotado para disputar cadeira na Casa. A expectativa é que o cenário eleitoral fique mais claro somente no fim deste ano.
Comentários
Postar um comentário