Geraldo Alckmin vai levar 113 empresas brasileiras ao México

Vice-presidente se encontrará com a presidente Claudia Sheinbaum em visita para abrir mercado

Geraldo Alckmin

O governo brasileiro vai usar a viagem do vice-presidente Geraldo Alckmin ao México para tentar construir pontes e abrir novos mercados para empresas exportadoras nacionais.

A viagem se dá em meio ao tarifaço aplicado pelo governo americano aos dois países. Brasil e México foram duramente afetados com as tarifas, de 50% e 25%, para os setores atingidos, respectivamente.

Segundo a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), 113 empresas se inscreveram até o momento na comitiva que visitará ao México.

Alckmin se encontrará com a presidente do país, Claudia Sheinbaum, e levará uma comitiva de empresários –entre eles executivos da fábrica de motores Weg– segundo informou ao C-Level o secretário de Desenvolvimento Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Uallace Moreira Lima.

Uallace diz que a viagem se dá no contexto de esforços para manter as negociações com os EUA, mas tentar ampliar os mercados acessados por produtos brasileiros.

"A cadeia automotiva do México é importante para a gente, é o sétimo maior parque industrial do setor no mundo", afirma. "O vice-presidente vai continuar tentando ampliar as possibilidades de mercado do Brasil."

Ele atribui às gestões do governo brasileiro papel fundamental na isenção de 694 produtos ao tarifaço de Trump. Setores como aviação, suco de laranja e petróleo estão isentos, mas a sobretaxa ainda assim afetou 43% das exportações para os EUA, em termos de valor.

A viagem tem previsão de duração de três dias, e incluirá um seminário empresarial, reuniões entre setores e visitas técnicas nas áreas de transição energética, saúde, alimentos e indústria aeroespacial, segundo a Apex.

A agência disse que não pode divulgar a lista de empresas inscritas e que a agenda da comitiva deve ser definida em data mais próxima da viagem.

O presidente Lula (PT) acertou a visita da semana que vem em ligação com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, no mês passado. Na conversa, propôs ampliar o acordo bilateral de comércio entre os países.

Os dois líderes destacaram os setores da indústria farmacêutica, agropecuária, de etanol, biodiesel, aeroespacial, bem como de inovação e educação como áreas estratégicas na relação bilateral, segundo comunicado divulgado pelo Itamaraty a respeito do telefonema.

Assim como o Brasil, o México é alvo das tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump. Hoje os importadores americanos pagam 25% a mais sobre carros e 50% sobre aço, alumínio e cobre importados do México, embora uma tarifa geral de 30% esteja suspensa pelos próximos dois meses.

O México é o sexto maior mercado de produtos brasileiros, com R$ 23 bilhões em exportações. Depois do tarifaço, virou também o segundo principal comprador da carne bovina nacional, desbancando os Estados Unidos.

Fonte: Folha.com

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