Prefeitura de São Paulo anuncia abertura de 555 novos leitos de UTI e enfermaria

Aulas nas redes pública e particular ficam suspensas até abril


O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou a suspensão das aulas presenciais na capital da próxima quarta (17) a 1º de abril e a abertura de 555 novos leitos de UTI (unidade de tratamento intensivo) e enfermaria voltados à covid-19 para combater a escalada da pandemia na cidade.

Segundo Covas, em coletiva virtual na manhã desta sexta (12), a medida valerá para todas as escolas na cidade de São Paulo, tanto públicas quanto particulares. Com o feriado de Páscoa, as aulas presenciais só deverão voltar no dia 5 de abril. Ontem (11), o estado já havia decretado a suspensão presencial para as aulas da rede estadual.

Como fez o governo estadual, a suspensão vale como uma transferência do recesso municipal do meio do ano. Segundo o último boletim da prefeitura, a capital tem 83% das 2.311 vagas em UTI ocupadas e 76% dos 876 leitos de enfermaria, mas diversos hospitais já começam a apresentar lotação.

"Essa medida se faz necessária para que a gente possa conter o avanço do coronavírus na cidade. A suspensão de aulas presenciais vale para a rede privada, para a rede pública estadual e para a rede pública municipal aqui na cidade de São Paulo", declarou Covas.

O motivo do fechamento é a explosão de casos nas escolas. Desde a liberação as aulas, em fevereiro, a Prefeitura vem acompanhando o surgimento de surtos de síndrome gripal, quando há dois ou mais casos de covid em uma sala, junto à Vigilância Sanitária. 

Segundo Edson Aparecido, secretário de Saúde, na primeira semana, houve 173 surtos. Na segunda, 181 surtos de síndrome gripal e, na terceira, última com boletim, 500 surtos. "Por isso, prefeito, a Vigilância fez uma nota para suspensão das aulas", afirmou. 

Segundo Covas, as escolas estarão abertas nos dias 15 e 16 para orientar os pais. "Quem já puder, na segunda e na terça, não enviar os filhos para a escola, melhor para evitar a circulação [de pessoas]", recomendou o secretário municipal de Educação, Fernando Padula. 

O secretário explicou ainda que, como é um recesso, o setor administrativo das escolas se manterá em atividade e o cartão merenda continuará a ser reabastecido normalmente. "A expectativa é que, em julho, a situação esteja muito melhor", justificou Padula sobre a alteração do recesso.


Mais 555 leitos 

Aparecido anunciou ainda a abertura de 555 leitos referenciados na capital ainda neste mês. Já na segunda (15), serão disponibilizados 130 de UTI e, ao longo da semana, mais 185 de enfermaria.

"Vamos suspender todas cirurgias eletivas nos 16 hospitais-dia [da cidade] para a conversão desses hospitais de baixa e média complexidade, alocando em cada um 15 leitos para atendimento prioritário de pacientes de AMAs [Assistência Médica Ambulatorial]. Porque UPAs [Unidade de Pronto Atendimento] e prontos-socorros sofrem enorme pressão", afirmou Aparecido. 


Fase emergencial 

A alta também o ocorre no estado e no país, que enfrentam o pior momento da pandemia, com recorde de óbitos em 24 horas e lotação das UTIs voltadas a covid em quase 90%. Para combater a escalada em todo o estado, o governo estadual anunciou, na última quinta-feira (11), uma fase emergencial do Plano São Paulo, com redução dos serviços essenciais e restrições à circulação de pessoas. 

A fase emergencial deverá durar de segunda até 30 de março. Nesse período, ficam suspensos os eventos esportivos (como campeonato de futebol) e as celebrações religiosas. As escolas estaduais terão um recesso antecipado e a Secretaria Estadual da Educação recomendou a mesma medida para as redes municipal e particular. 

Lojas de materiais de construção saem da lista de atividades essenciais e, portanto, terão que fechar. Bares e restaurantes não terão atendimento presencial —o drive-thru pode funcionar das 5h às 20h, fora do horário do toque de recolher. O serviço de delivery está liberado. Não foi anunciada alteração no transporte público, mas o governo sugeriu horários de entrada diferenciados para os setores que continuarão funcionando, para tentar evitar aglomeração em ônibus, trens e metrôs.

Fonte: UOL

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