'Depois da votação da denúncia, dificilmente PSDB continuará no governo', diz Silvio Torres


Em entrevista ao Estadão às 17h, o secretário-geral do partido afirmou que ainda não foi definida a posição oficial, mas há uma ampla maioria favorável ao desembarque na bancada, que deve liberar o voto

Pedro Venceslau e Caio Rinaldi - O Estado de S.Paulo

Silvio Torres (PSDB-SP)

Depois da votação da admissibilidade denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara, dificilmente o PSDB continuará no governo. A avaliação foi feita nessa segunda-feira, 24, pelo secretário-geral do partido, o deputado federal Silvio Torres (SP), em entrevista ao programa Estadão às Cinco, da TV Estadão.

O parlamentar afirmou que ainda não foi definida a posição oficial do partido, mas avaliou que há uma ampla maioria favorável ao desembarque na bancada, que deve liberar o voto dos tucanos.

“Após a votação o PSDB dificilmente ficará no governo. Teremos a liberdade política de nos articular para 2018. Ficaremos em uma posição crítica de poder fazer avaliação do atual do governo”, disse o tucano.

O parlamentar explicou, ainda, que "a situação nos últimos 60 dias", período em que vieram à tona a delação da JBS e as gravações realizadas pelo empresário Joesley Batista, "obrigou (o partido) a fazer nova reflexão" sobre o apoio ao governo. "Não precisamos de cargo no governo Temer para apoiar o programa de governo", defendeu o secretário-geral do PSDB.

Neste cenário, disse, a decisão sobre o encaminhamento da denúncia deve ser encarada pelos deputados como forma de garantir à sociedade brasileira "o direito de saber se o presidente está envolvido em corrupção gravíssima", o que, segundo Torres, daria um protagonismo mais autêntico ao Congresso Nacional.

Torres revelou que é favorável ao encaminhamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), que será votado na próxima quarta-feira (2). "O relator foi muito preciso na avaliação de que, em caso de dúvida sobre admissibilidade da ação, a decisão tem que ser pró-sociedade", comentou.

Mas, de acordo com o deputado, ainda não houve uma reunião do partido para tratar especificamente da posição na votação da denúncia no plenário. O líder (do partido na Câmara), deputado Ricardo Trípoli (SP), marcou para terça (1) ou até mesmo quarta-feira (2) uma reunião para discutir a questão", afirmou.

Presidência do partido. Após o envolvimento do presidente afastado do PSDB, senador Aécio Neves, com a delação de executivos da JBS, o partido se prepara para eleger um novo presidente. O cargo, segundo o Secretário-geral do PSDB, o deputado federal Silvio Torres (SP), "caminha para ser ocupado" pelo senador Tasso Jereissati (CE). A afirmação foi feita em entrevista nesta segunda-feira ao programa Estadão às Cinco, da TV Estadão.

"Desde a primeira reunião ampliada da executiva nacional, já foi lançado o nome de Tasso para ser o presidente definitivo do partido", explicou. O primeiro tucano a sugerir o senador Jereissati como novo líder partidário, segundo Torres, foi o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

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