Gerson Camarotti - Globo.com
Um interlocutor que esteve com Geraldo Alckmin (PSDB-SP) nesses últimos dias saiu do Palácio dos Bandeirantes impressionado: o governador tucano está mais candidato do que nunca à sucessão presidencial de 2018.
A disposição de Alckmin em se colocar na disputa foi acentuada depois do movimento de setores do PSDB de lançar como plano B ao Palácio do Planalto o prefeito de São Paulo, João Doria.
Para aliados do governador, o movimento pela candidatura de Doria tem um objetivo claro: dividir o grupo de Alckmin e enfraquecê-lo na disputa interna.
O argumento da necessidade de um plano B é fundamentado sobre um futuro incerto da Operação Lava Jato, que poderia atingir os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), além do próprio Alckmin.
Em conversas reservadas, Alckmin descarta de forma enfática esse cenário (de ser atingido). Já os aliados do governador identificam o grupo mais próximo do senador Aécio como sendo a origem dessa mobilização em favor de Dória.
A expectativa no Palácio dos Bandeirantes é de que Dória manterá sua fidelidade ao padrinho político, sem cair na tentação do canto da sereia.
Alckmin está tão convicto de sua candidatura que começa a analisar os adversários. Faz observações sobre todos eles. Acha difícil uma candidatura de Lula, do PT. Mas caso o petista consiga entrar na disputa, não deve superar a rejeição.
Para o governador, o ex-ministro Ciro Gomes, do PDT, pode se beneficiar dos votos da esquerda. Já Marina Silva, da Rede, tem demonstrado pouco apetite pela disputa presidencial, segundo avaliação ouvida nos Bandeirantes. Um candidato de toga (do Judiciário) é visto como improvável.
Com o resultado das eleições municipais de 2016 e o bom desempenho em São Paulo na disputa de 2014, o grupo de Alckmin acredita que ele estará bem posicionado em 2018. Para isso, já começou a viajar pelo Brasil. Recentemente, visitou as obras da transposição do Rio São Francisco, o sertão pernambucano.
Em tempo: com quem conversa sobre 2018, o presidente Michel Temer aponta Alckmin como o candidato mais forte para a sua sucessão.
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