Prefeito Doria lança projeto de museus do grafite em 8 áreas da capital


Locais serão escolhidos pelos grafiteiros, que receberão cachê total de R$ 200 mil pagos por empresas patrocinadoras

Fabio Leite - O Estado de S. Paulo

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Prefeito disse que 'nada impede' que outros museus de arte de rua sejam feitos na cidade

Após a polêmica com grafiteiros causada pelo combate às pichações no início da gestão, o prefeito paulistano João Doria (PSDB) lançou nesta sexta-feira, 10, o projeto do Museu de Arte de Rua (MAR), que vai selecionar projetos de grafite para serem pintados em muros de áreas públicas em oito regiões da cidade que serão escolhidas pelos artistas.

Segundo a gestão, os projetos serão selecionados em abril por um edital, que estará aberto na próxima segunda. O cachê total será de R$ 200 mil, financiado por patrocinadoras, assim como as tintas. As propostas serão escolhidas por uma comissão, que terá integrantes da Prefeitura e da sociedade. A ideia é que os murais sejam inaugurados em maio e fiquem expostos por dois anos.

“São Paulo é um centro de grande expressão nesta manifestação de arte de rua, talvez o maior do mundo, reconhecido internacionalmente. E com isso separamos, qualificamos, identificamos com muita clareza aqueles que manifestam sua arte, que é respeitada, legítima, legal e vai ajudar a cidade a ficar mais bonita”, disse Doria, que nega haver incoerência em lançar o MAR após ter apagado grafites na Avenida 23 de Maio, na zona sul, em janeiro.

Serão oito museus – quatro de grande e quatro de pequeno porte nas zonas norte, sul, leste e oeste. Só a 23 de Maio está descartada porque terá um jardim vertical. Doria disse que “nada impede” que outros museus de arte de rua sejam feitos, mas defendeu a multa de R$ 5 mil para o grafite sem aval prévio do dono do imóvel ou da Prefeitura (no caso de local público), prevista na Lei Antipicho sancionada em fevereiro.

As regras do MAR foram fixadas por uma comissão de 14 pessoas, entre elas grafiteiros. O grupo vetou intervenções artísticas de cunho político, religioso e discriminatório. Mauro Sérgio Neri, um dos artistas da comissão, elogiou a abertura de diálogo da gestão, mas leu manifesto coletivo com críticas às ações de Doria no inicio do ano.

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