Doria ‘vende’ 55 projetos nos Emirados Árabes


Prefeito apresentou pacote de desestatização e foi conhecer autódromo de Abu Dabi, que considera modelo para o que planeja em Interlagos

Adriana Ferraz - O Estado de S. Paulo

O prefeito João Doria reuniu-se com o presidente da Abu Dhabi Motorsports, Al Tareq Al Ameri, e conheceu o autódromo da cidade 
Foto: Adriana Ferraz/Estadão

O prefeito João Doria (PSDB) apresentou nesta segunda-feira, 13, um pacote de desestatização do Município com 55 itens a grupos de investidores árabes. Em viagem a Abu Dabi, nos Emirados Unidos, o tucano participou de quatro reuniões e deu destaque aos ativos municipais mais valiosos, como o Estádio do Pacaembu e os complexos de Anhembi e de Interlagos. 

Ao fim do dia, foi visitar o circuito da cidade, considerado um dos mais modernos do mundo. Lá, diferentemente da proposta de Doria, o governo permanece como dono, passando a gestão à iniciativa privada.

De acordo com a Abu Dhabi Motosports, que administra o autódromo, o modelo de gestão funciona porque é “híbrido”. Segundo o presidente da empresa, Al Tareq Al Ameri, o governo cobra resultados, faturamento e público. Hoje, são 15 milhões de visitantes por ano, mas a meta é chegar a 40 milhões em 2021. Além do autódromo, o complexo árabe tem hotel de luxo, shopping, empreendimentos imobiliários, marina, campo de golfe e Museu da Ferrari.


A empresa afirma movimentar o complexo cerca de 300 dias no ano. Um dos atrativos é a possibilidade de qualquer pessoa, habilitada a dirigir usufruir da pista por 20 minutos - por R$ 1,5 mil. Se privatizado, Doria diz que Interlagos poderá oferecer situação semelhante. Segundo o prefeito, o que importa em Yas Marina Circuit é a experiência de gestão, classificada por ele como um sucesso.

“Para Interlagos, na nossa análise, a melhor modelagem é a privatização. O governo não tem de ficar com essa responsabilidade.” Nesta segunda, o tucano acelerou no circuito a 210 km/h. 

Doria disse que Interlagos deve buscar a alta eficiência. “Uma das grandes lições que tivemos aqui é a (de promovermos) tropicalização, buscarmos as características locais, o entusiasmo pelo automobilismo, como força motora.”

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