" O PSDB depois da vitória", artigo de Sílvio Torres


Atenções voltam-se agora para a tarefa de ajudar a tirar o país do buraco deixado por 13 anos de gestão petista, o que exigirá a conclusão da votação da PEC dos gastos

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As eleições municipais mostraram que a democracia brasileira vai muito bem, obrigada. E o PSDB mais ainda, após conquistar uma das maiores vitórias de sua história. A partir de 1º de janeiro, os prefeitos do partido governarão quase 49 milhões de brasileiros, que representam 23,7% da população, ou seja, um em cada quatro eleitores do Brasil.

Os números falam por si. Elegemos 803 prefeitos, sendo 28 em municípios com mais de 200 mil eleitores, dos quais sete são capitais. Entre elas, São Paulo, Porto Alegre, Porto Velho, Manaus, Belém, Maceió e Teresina.

O “golpe” propagado pelo PT ruiu na primeira eleição após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Os petistas foram praticamente varridos do mapa, viram o número de prefeitos do partido ser reduzido em 60%. Em contrapartida, as urnas mostraram que o PSDB está no caminho certo. Elegemos 47% de nossos candidatos, a maior taxa de sucesso entre todas as legendas do país.

Crescemos em todo o país, inclusive em antigos redutos petistas, como no Norte e Nordeste, onde conquistamos cinco capitais. Dos 21,7 milhões de votos recebidos no primeiro e segundo turno das eleições municipais, mais de seis milhões vieram dessas duas regiões.

No Sudeste, tiramos o PT da capital paulista já no primeiro turno, com o surpreendente desempenho de João Doria. Sob a liderança do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o PSDB conseguiu consolidar sua hegemonia no estado, governado há 21 anos pelo partido. Outro feito dos tucanos foi acabar com o chamado “cinturão vermelho” no ABC, simbolizado pela conquista da prefeitura de São Bernardo do Campo, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preferiu não votar no segundo turno, tampouco conseguiu reeleger o filho vereador.

Esse resultado colhido nas urnas reflete todo um trabalho de reestruturação do partido, que teve como ponto de partida o resgate do legado do governo Fernando Henrique Cardoso na campanha presidencial de 2014, coroado por uma campanha nacional de filiação deflagrada no ano passado, que trouxe para nossas fileiras mais de cem mil novos filiados. Número bastante expressivo, se levado em conta o momento pelo qual passa o país, de grande rejeição à classe política.

Abrimos a legenda para as mulheres e jovens. Promovemos pelo menos 14 cursos de formação que beneficiaram mais de seis mil pré-candidatos. Lançamos pelo menos quatro cartilhas com dicas de campanha, para montagem de programa de governo e sugestões de projetos bem-sucedidos na área social. E, para amenizar os efeitos da mudança no sistema de financiamento das campanhas eleitorais, democratizamos o uso dos recursos do fundo partidário disponibilizando um kit com material gráfico, jingle e vídeos para todos os nossos candidatos.

Nossas atenções voltam-se agora para a tarefa de ajudar a tirar o Brasil do buraco colocado pelos 13 anos de gestão petista, o que exigirá a conclusão da votação da proposta de emenda constitucional que estabelece um teto para os gastos públicos e a aprovação de uma série de reformas, a começar pela política.

Fortalecido pela disputa municipal, o PSDB não pode se dar ao luxo de ficar preso ao debate deflagrado pela mídia sobre uma suposta briga interna pelo posto de candidato à sucessão presidencial de 2014. Esse é um assunto que resolveremos a seu tempo, com a mesma responsabilidade e unidade com que chegamos a essa vitória extraordinária.


*Sílvio Torres é secretário-geral da Executiva Nacional do PSDB



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