Patamar inicial de Doria na eleição é 25%, diz vice-governador


FÁBIO ZANINI - Folha.com

O vice-governador de São Paulo, Márcio França e João Doria

O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), diz que o candidato apoiado pelo Palácio dos Bandeirantes a prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), crescerá rapidamente nas pesquisas após o início da propaganda de TV, em 26 de agosto.

A associação com o governador Geraldo Alckmin o levará a 25%, acredita –o tucano tem 6% no último Datafolha.

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Folha - Quantas prefeituras a base de Alckmin conquistará?
Márcio França - Ele [Alckmin] terá uma hegemonia perto de 90% das cidades.

Não é otimismo demais?
Haverá um problema muito grave com o PT e seus aliados. Estamos redefinindo o quadro. A disputa vai ser de quem será o segundo grupo. Se o PT ou esse novo polo se formando entre PMDB e PSD.

*A união de PSD e PMDB é uma preparação para 2018
Político mais experiente trabalha com quatro eleições para frente. O governador foi proativo, ele que iniciou o processo apoiando o candidato em São Paulo [Doria], o que pouca gente imaginava que fizesse. E dessa candidatura ele montou uma equação partidária, que não era muito hábito dele fazer.

O governador mudou?
Não. O que houve é uma nova composição de aliados. Ele continua do jeito dele, de ser uma referência de ética, de trabalho. Como ele já vem de vários mandatos, a perspectiva dele ampliou. Não há mais uma expectativa de ser governador.

Só sobrou a Presidência

Ele teria outras opções: Senado, deputado. Mas é meio inegável que num momento de muita instabilidade nacional, quase que automaticamente as pessoas procurem acender uma luz de que não vale a pena grandes euforias com grandes depressões. O que seria uma coisa estável na política brasileira? Remete automaticamente pro Alckmin. Claro que ele tem uma disputa no PSDB. Mas seria o mais competitivo.

Estabilidade é o trunfo dele?
Eu acho. Todo mundo acha que pode sair um nome na lista [da Lava Jato]. Ninguém acha que o nome dele vai sair.

Nunca se sabe...
Eu sei. Dele não vai sair.

A Lava Jato vai afunilar a disputa interna do PSDB?
Não é a Lava Jato. É o conjunto da obra. O Aécio é uma pessoa muito simpática, que teve a grande chance na eleição passada. Teve do governador Alckmin um excepcional apoio. É natural que ele agora faça um gesto de retribuição para quem estiver em melhor situação. E a melhor situação não é numérica.

Se o Alckmin for candidato a presidente, o PSB apoia?
Não posso falar pelo partido. Mas o partido tem muita simpatia pelo governador.

Reformulando: se for Alckmin o candidato, é mais fácil para o PSB apoiar?
O sonho de todo partido é ter candidato. Depois da ausência do Eduardo [Campos, morto em 2014], não há hoje um nome interno que tenha adensamento nacional. Mas sempre tem a chance de filiar.

O próprio Alckmin...
Muita gente especula essa hipótese, embora eu nunca tenha falado com ele disso.

Doria vai crescer com a TV?
Nenhuma dúvida. O Alckmin é um conceito político. Há um conceito Alckmin-Covas-Doria. Parte de 25%.

Vocês nomearam partidos para secretarias como moeda de troca para o apoio ao Doria. Não é questionável?
Seria se tivesse uma lógica. Qual seria a vantagem de nomear um secretário do PHS, se ele não soma tempo nenhum? O PV já estava no governo. Todos os governos no Brasil são de coalizão. O cargo em comissão é feito para você nomear alguém que tenha afinidade com a sua linha que foi a vitoriosa na eleição. Se não for isso, é melhor fazer concurso.

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