Julian Coissi - Folha.com
O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, autorizou nesta quarta-feira (9) que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha acesso aos processos relativos ao petista.
Lula foi levado a depor na última sexta-feira (4) em uma delegacia no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, durante a 24ª fase da Operação Lava Jato, denominada Alethéia.
Segundo investigadores da força-tarefa da Lava Jato, há indícios de que o ex-presidente e sua família se beneficiaram do esquema de corrupção da Petrobras. Uma das suspeitas é que ele tenha recebido mais de R$ 4 milhões em benesses pagas por investigados da Lava Jato e que tenha ocultado, pelo uso de laranjas, ser dono de um apartamento no Guarujá e de um sítio em Atibaia.
A força-tarefa também sustenta que os maiores financiadores do Instituto Lula e da LILS Palestras, empresas do ex-presidente, são empreiteiras investigadas na Lava Jato. Os pagamentos somam cerca de R$ 30 milhões. Também há recursos repassados aos filhos de Lula pelas duas empresas, no caso do Instituto Lula, por alegação de serviços prestados.
Na sentença, o juiz Moro argumenta que foi preservado o sigilo sobre as buscas e apreensões na operação de sexta "a fim de evitar riscos às provas e às equipes policiais".
"Isso não é mais necessário e o levantamento [do sigilo] é oportuno para garantir transparência e ampla defesa", afirmou, na decisão.
O magistrado também autorizou a polícia a devolver materiais apreendidos na casa do ex-presidente "que não interesse a investigação".
Comentários
Postar um comentário