Ação contra Dilma no TSE pode incluir novas provas da Lava Jato, diz Gilmar


MÁRCIO FALCÃO - FOLHA.COM 

Pedro Ladeira - Folhapress 
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) e vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta terça (23) que as provas da nova fase da Operação Lava Jato que envolvem o marqueteiro João Santana poderão ser incluídas nos processos de cassação da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, em discussão na Justiça Eleitoral.

Segundo o ministro, essa questão ainda terá que ser debatida pelo tribunal, mas seria cabível porque este ainda é o momento de instrução processual.

"Vai ter que examinar isso. Na verdade, os fatos são pré-existentes. As provas é que são novas. E o momento é esse. Agora que abriu para instrução processual, encerrou essa fase de defesa", disse o ministro.

A defesa da presidente tenta evitar que o TSE inclua provas da Lava Jato nos pedidos de cassação, alegando que o caso está na esfera criminal e não tem pertinência com o processo eleitoral.

PSDB entregou nesta tarde pedido para que o TSE junte ao processo que investiga a reeleição da presidente as provas obtidas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal de que o marqueteiro da campanha petista, João Santana, recebeu recursos no exterior.

Para o ministro, é preciso esclarecer se os pagamentos de João Santana estão ligados à campanha de Dilma.

"Tem que se saber o que existe subjacente a isso. Se isso estiver associado à campanha, é de seriedade inexcedível. Vai depender disso. O que está por trás disso. Vai indicar caixa dois, abuso de poder econômico, uma série de coisas que vem se falando. Se de fato, ao lado de pagamentos feitos aqui ocorrem pagamentos no exterior, significa que a campanha foi financiada desta maneira. Isso precisa ser esclarecido", afirmou.

O ministro disse que a discussão das ações de cassação pode levar entre um e dois anos no TSE. Ele defendeu ainda que o tribunal decida se vai unificar os quatro processos que podem levar à perda do mandato de Dilma e Temer.

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