Welbi Maia Brito - Editor
Após a divulgação pela imprensa que o governador Geraldo Alckmin tem
mantido diálogo com o Movimento dos Sem Terra, duas reações tomaram conta das
redes sociais e dos comentários em sites e blogs de notícias: A preocupação e
irritação de petistas e esquerdistas mais radicais e a revolta histérica dos
também radicais anti-PT.
Como podemos constatar, ambos grupos, apesar de parecerem opostos,
mantém o mesmo discurso intolerante, agressivo e divisionista. Pregam um
pensamento totalitário em que só uma linha de pensamento pode ter razão. Que o
outro e seus argumentos precisam ser destruídos.
É esse discurso maniqueísta que tem imperado nas discussões políticas
nos últimos anos. Sim, é fato que ele foi plantado e alimentado pela ascensão
do lulopetismo que difundiu durante esses anos de poder a divisão ideológica
entre "nós e eles".
Com isso, o debate se apequena, fazendo frutificar o discurso de ódio e
intolerância.
Com tudo isso, parece não caber espaço para o bom senso, ao diálogo e ao
entendimento pontual entre os diferentes.
Deve ser por isso que esses radicais não conseguem entender o diálogo
democrático entre o MST e o Governo de SP, promovido por Geraldo Alckmin e seus
auxiliares.
Os intolerantes não conseguem entender que entre visões diferentes podem
existir pontos de convergência. E que se nesta convergência está o bem-estar da
população e a melhoria da sociedade.
O resultado desse diálogo entre o Governo do Estado e o MST já está
trazendo benefícios para São Paulo. As invasões de terras e os conflitos no
campo diminuíram. Outro resultado desse diálogo foi a criação e a sanção da Lei
nº 1209/2015 que determina a sucessão hereditária dos lotes dos assentados e o
termo de parceria agrícola, que possibilita ampliar e diversificar a capacidade
produtiva do lote. Sete mil famílias instaladas em 136 assentamentos rurais
serão beneficiadas. Com essa nova lei que muda de permissão para concessão a
posse da terra, os filhos que moram no lote e têm vocação para terra vão poder
continuar, e tendo o título terão acesso ao crédito agrícola, primordial para a
produção.
Além disso, o Governo de São Paulo tem dado assistência técnica e social
aos assentados. Com isso o êxodo rural destes em São Paulo ficou em 4%,
enquanto o nos assentamentos federais é de 30%.
Este conjunto de medidas beneficia não o movimento, mas os pequenos
produtores rurais assentados e a agricultura familiar. Setor fundamental na
agricultura e na produção de alimentos.
Alguns setores da imprensa trataram a aproximação simplesmente como uma
estratégia eleitoral de Alckmin para uma eventual disputa à Presidência da
República em 2018. Estes jornalistas parecem não enxergar a os benefícios que estas
ações têm trazido para a sociedade como um todo.
Já os ativistas políticos que se identificam como anti-PT ou de direita,
fazem ataques ao governador dizendo ser um erro político dialogar com o MST,
que é declaradamente de esquerda. Como se ele tivesse que governar pensando em
dividendos eleitorais ou dialogar apenas com os que o apoiaram. Se for por esta
linha de raciocínio, a estratégia do tucano não está errada. É só ver o
resultado da votação de Alckmin nas cidades em que tem assentamentos ligados ao
movimento dos Sem Teto. Ele ganhou em todos, acabando com a hegemonia de
candidatos petistas.
O único que tem a perder com esta aproximação é o PT. Eles que sempre se
beneficiaram eleitoralmente com o discurso e apoio dos movimentos sociais
rurais, agora se encontram desesperados por verem um tucano com boas relações
num setor da sociedade que dominavam. A declaração Gilmar Mauro, um dos
coordenadores do movimento que elogia a lei paulista dizendo ser a mais avançada
do país, e cobrando a presidente Dilma para que tome a mesma medida, prova que
nessa os petistas ficaram para trás.
De qualquer forma, a melhor estratégia eleitoral é fazer uma boa gestão.
Uma gestão que melhora a vida das pessoas. E é isso que Alckmin tem feito. Com
certeza, se Alckmin for candidato em 2018 a população saberá reconhecer seus
feitos. Portanto, sua estratégia está correta.
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