Vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman defende que partido continue na oposição em 'governo Temer'


Para Alberto Goldman, novo governo que deve assumir, caso Dilma sofra um processo de impeachment, 'representa, como uma farsa, a continuidade do atual'

ISADORA PERON - O ESTADO DE S. PAULO


Primeiro vice-presidente do PSDB, o ex-governador paulista Alberto Goldman defendeu publicamente que o seu partido permaneça na oposição caso a presidente Dilma Rousseff sofra um processo de impeachment e o vice Michel Temer (PMDB-SP) chegue à Presidência.

Em um texto publicado nesta segunda-feira, 14, em seu blog, Goldman afirma que, apesar de defender que o PSDB não faça parte do governo, o partido deve estar disposto a colaborar "com as medidas que possam tirar o País desse buraco em que o lulo-petismo nos meteu".

Para o tucano, "é evidente que o vice Michel Temer, pela sua movimentação e pela articulação de seus prepostos, se prepara para o afastamento da presidente", e o PSDB terá que discutir que posição adotar.

"A meu ver devemos ficar onde sempre estivemos, em oposição ao novo governo que deve assumir e que representa, como uma farsa, a continuidade do atual", disse, registrando que essa era apenas a sua opinião.

Antes tímidos em falar sobre o impeachment de Dilma, os tucanos levantaram publicamente essa bandeira na semana passada ao fazer parte do grupo que lançou uma frente suprapartidária em apoio à saída de Dilma. A declaração de Goldman mostra que o partido já começar a discutir internamente qual papel o PSDB deve adotar num eventual governo Temer. Há acordo de que a legenda teria de ajudar na "transição política" caso Dilma deixe a Presidência, mas divergências sobre se os integrantes da sigla devem assumir ou não cargos numa administração do peemedebista.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, já sinalizou a aliados que não gostaria que o partido indicasse nomes para a Esplanada. O mesmo sentimento tem o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que nas últimas semanas começou a subir o tom contra o governo e o PT.

Por outro lado, nomes como o senador José Serra têm se aproximado do PMDB. Além de manter boa relação com Temer, o tucano paulista também tem sido um dos principais interlocutores do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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