Entrevista de Mario Covas Neto, novo presidente do PSDB paulistano, ao Estadão


Mario Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas, será um dos principais operadores políticos tucanos na construção da candidatura do partido que disputará a Prefeitura em 2016

PEDRO VENCESLAU - O ESTADO DE S. PAULO

Mario Covas Neto comemora sua eleição com militantes do PSDB

Eleito neste domingo para o cargo de presidente municipal do PSDB paulistano, o vereador Mario Covas Neto, filho do ex-governador Mário Covas, será um dos principais operadores políticos tucanos na construção da candidatura do partido que disputará a Prefeitura em 2016. Advogado por formação, Neto disputou sua primeira eleição em 2012. "Tenho consciência que ganhei porque tenho o sobrenome dele", diz,em referência a tradição política do pai,que morreu em 2001. Antes de ser vereador, dedicou-se às corridas de automóveis na categoria stock Car. Nesta entrevista ao Estado, "Zuzinha",como é conhecido, fala sobre o racha interno no partido e as perspectivas para a disputa do ano que vem

Estado - O vereador Andrea Matarazzo, que é pré-candidato à prefeitura de São Paulo, foi visto como vitorioso com a sua eleição para o diretório. A candidatura dele é a mais forte no PSDB?

O Andrea se fortalece porque o diretório anterior era hostil a pré-candidatura dele, e não será mais. Mas isso não quer dizer que a nova gestão trabalhará à favor. É melhor para ele ter um diretório neutro do que hostil. Da mesma forma, o José Aníbal pode perder, no raciocínio de alguns, porque tinha o diretório à favor e agora é neutro. Sobre esse prisma não tenha dúvida: houve um vencido e um vencedor.

Estado - Os mesmos dois nomes, Geraldo Alckmin e José Serra, sempre disputam a prefeitura pelo PSDB. Acha que chegou a hora de renovar?

Desde a criação do PSDB só o Fábio Feldman foi candidato uma vez, em 1992. Em todas as outras vezes foi só Serra ou Geraldo. Perdemos a oportunidade de criar novas lideranças. Por outro lado, a escolha aconteceu porque eles eram os candidatos viáveis para ganhar a eleição. O que deve acontecer em 2016 é o lançamento de uma candidatura nova.Eu digo nova no sentido de não ter concorrido ainda. Será uma candidatura construída de baixo.

Estado - Acha pouco provável que o Serra tente de novo ou o senador Aloysio Nunes se apresente?

Não creio que teremos uma candidatura que se desponte no passado. Não creio em uma candidatura do Serra. Acho que nem é o desejo dele,que está construindo uma carreira mais nacional do que local. O partido está procurando alternativas. Também não penso no Aloysio, que tem uma característica muito mais interiorana. As possibilidades estão mais centradas em quatro nomes: José Aníbal, Andrea Matarazzo, Bruno Covas e Ricardo Tripoli. Mas pode ser o Floriano Pesaro (secretario de Desenvolvimento Social).Ele é uma liderança nova.

Estado - A candidatura da senadora Marta Suplicy pelo PSB preocupa o PSDB? Aliados dizem que ela pode roubar votos dos tucanos depois que rompeu com o PT...

É possível, mas a Marta faz mais estrago no campo vermelho do que no azul. Ela vai disputar na faixa do (Fernando) Haddad. Quem concorre mais no nosso campo é o Celso Russomano (PRB).

Estado - O ex-deputado José Aníbal sempre foi aliado da família Covas, mas ontem (domingo) organizou o movimento contra sua candidatura. Como se sentiu?

Muito incomodado. Na minha eleição para vereador ele foi quem mais se esforçou

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