Governo de São Paulo cria aplicativo que vai agilizar processo de transplantes


O Software criado, O E-Transplante, vai informatizar sistema de comunicação sobre possíveis doadores

Filipe Sansone - Diário de S.Paulo

Secretário da Saúde David Uip e o governador Geraldo Alckmin
Processo para achar doador compatível leva 12 horas e será reduzido a 4 horas

Atualmente há quase 13 mil pacientes no estado de São Paulo aguardando pelo transplante de algum órgão. E o tempo entre a morte de uma pessoa doadora e o momento em que aquele órgão será transplantado deve ser o menor possível, já que um coração, por exemplo, aguenta apenas quatro horas congelado.

A partir desses dados, a Fatec (Faculdade de Tecnologia) está desenvolvendo, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, um software para permitir às equipes médicas tornar mais ágil a comunicação de que há um determinado órgão disponível para doação e a localização de um paciente compatível para o transplante.

A ferramenta, batizada de E-Transplante, deve ser implantado experimentalmente na Central Estadual de Transplantes ainda este ano, de acordo com o governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo a coordenadora do projeto, a professora de análise e desenvolvimento de sistemas da Fatec Zona Leste, Cristina Oliveira, atualmente demora, em média, 12 horas entre a comunicação de que há um doador disponível e a escolha do paciente que será transplantado. Com o aplicativo, esse tempo pode ser reduzido para, no máximo, quatro horas, o que salvaria muitas vidas.

“O sistema de comunicação é realizado todo de maneira manual atualmente, por meio de anotações, ligações telefônicas e transferência de documentos via fax”, explicou Cristina. 

A ideia é trazer tecnologia para a área na qual se trabalha com urgência. “Com o E-Transplante, as informações serão transferidas por meio de um aplicativo on-line e chegará direto no smartphone das equipes médicas. A comunicação passa a ser toda informatizada e muito mais rápida.”

O programa levou dois anos para ser desenvolvido e contou com um grupo de oito alunos da Fatec Zona Leste, localizada no bairro de Cidade A. E. Carvalho, bairro pobre no extremo da cidade. Todos os envolvidos no projeto estudam análise e desenvolvimento de sistemas.

A inovação será apresentada em julho na 6 Conferência Internacional sobre Fatores Humanos e Ergonomia, nos Estados Unidos, e no FMEPT (Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica), que ocorre em Recife, em maio.

TREINAMENTO: A ideia é treinar os profissionais da Central Estadual de Transplantes para que o aplicativo passe a ser utilizado o quanto antes. “O próximo passo será criar um software para os pacientes se informarem sobre possíveis órgãos”, explicou a professora.

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