PSDB tenta fechar pauta comum com movimentos


Vice-presidente da legenda vai levar bandeira do impeachment para discussão no Congresso, enquanto Aécio prepara encontro com líderes de protestos

O ESTADO DE S. PAULO

Deputado Bruno Araujo e Aécio Neves

Principal partido de oposição do Pais, o PSDB vai tentar definir uma agenda comum com os movimentos que organizaram as manifestações dos dias 15 de março e 12 de abril, nas quais milhares de pessoas foram às ruas protestar contra o governo federal.

O vice-presidente do partido e líder da minoria na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), defenderá a proposta de impeachment - principal bandeira dos movimentos - no encontro das bancadas com o presidente tucano, senador Aécio Neves (MG). “A minha posição é a de que chegamos ao limite de uma insatisfação clara e expressiva que deve ser construída, de forma legítima e dentro das regras constitucionais, em forma de um pedido de impeachment da presidente Dilma”, disse Araújo. 

Em outra frente, Aécio vai se aproximar dos líderes dos movimentos, que mudaram de estratégia e agora pretendem pressionar diretamente o Congresso pela saída de Dilma. Segundo o presidente estadual do PSDB de Minas, Marcus Pestana, um dos principais aliados de Aécio no Estado, o senador convidará, nos próximos dias, representantes do Vem Pra Rua e Brasil Livre, entre outros, para dialogar. 

Na semana passada, Aécio foi pressionado a participar das manifestações de domingo, mas acabou optando, mais uma vez, em manter distância. Naquele momento, uma parte dos tucanos previa que a manifestação seria menor e que a participação de Aécio poderia ser negativa. 

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso minimizou nesta segunda, em São Paulo, as críticas feitas ao seu partido pela ausência nas manifestações de domingo e por não defender o impeachment. “O movimento tem sua dinâmica própria, não foi convocado pelos partidos. Os partidos têm uma responsabilidade institucional. É natural que os movimentos exijam mais e os líderes políticos têm que mensurar, têm que ver o que é possível fazer ou não em cada momento”, afirmou FHC. 

Apesar de apoiar publicamente a realização dos atos, o PSDB avaliou internamente que foi um erro convocar uma nova mobilização num espaço tão curto de tempo. Em comparação ao protesto de 15 de março, o do fim de semana passado levou menos gente às ruas, numa sinalização de que os movimentos haviam perdido força. 

Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o pouco tempo entre as duas manifestações prejudicou a convocação dos protestos de domingo passado. / DANIEL CARVALHO, PEDRO VENCESLAU, ISADORA PERON E JOSÉ ROBERTO CASTRO

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