Fernando Canzian - Folha.com
Obras paralisadas no Cingapura do Jardim Arpoador (zona oeste); por falta de pagamento, prefeitura deixou prédios sem elevador, mangueiras de incêndio e gás
Empreiteiras contratadas pela Prefeitura de São Paulo estão paralisando obras em vários pontos da cidade alegando falta de pagamento e de um cronograma de desembolsos que permita um planejamento financeiro mínimo de suas atividades.
Reformas de conjuntos habitacionais, centros para idosos e a construção de escolas e creches estão entre as obras afetadas, segundo a Apeop (Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas).
A entidade afirma que suas 120 construtoras associadas dispensaram em março cerca de 8.000 funcionários –de um total de 40 mil.
Segundo a Apeop, as obras financiadas pelo governo estadual não têm apresentado esse tipo de problema.
A gestão Fernando Haddad (PT) reconhece em parte os atrasos, mas diz que eles são passageiros. O prefeito chamou os empreiteiros para reunião nesta quinta (9) para tentar regularizar a situação.
No dia 20 de março, segundo a Apeop, a prefeitura empenhou cerca de R$ 1 bilhão para pagamento de obras realizadas em janeiro e fevereiro. O valor, afirmam os empreiteiros, é até 30% menor, na média, do que foi efetivamente gasto no período.
Os números são questionados pela gestão Haddad.
CINGAPURA
CORREDOR E CICLOVIA
Na avaliação da Apeop, atrasos maiores ainda poderão vir a ocorrer daqui em diante principalmente em obras de grande porte que dependem de verbas repassadas pelo governo federal.
Uma das obras já afetadas é a parte viária sobre a canalização do córrego Ponte Baixa, em M'Boi Mirim, zona sul. Elas incluem a construção de acessos e pistas com corredor de ônibus e ciclovia –duas vitrines da gestão Haddad.
A prefeitura argumenta que os repasses do governo Dilma Rousseff (PT) aumentaram no primeiro bimestre de 2015 em relação ao ano passado. Mas os empreiteiros afirmam que a quantidade de obras previstas para este ano é muito maior.
"Entendo a posição política da prefeitura, mas precisamos de um planejamento mínimo de desembolsos para poder nos programar", diz o vice-presidente da Apeop.
Comentários
Postar um comentário