Encontro com Fernando Henrique Cardoso

Esta semana participei de um importante encontro organizado pelo Secretário da Cultura de São Paulo Andrea Matarazzo, com o ex-presidente FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. Presentes, um grupo seleto de lideranças tucanas de diversos Diretórios Zonais da capital paulista e alguns funcionários da Secretaria Estadual da Cultura. 

Foi um bom momento para rever grandes amigos conversar com diversas lideranças e me atualizar sobre o que ocorre nos bastidores do tucanato paulistano. 

Ouvir Fernando Henrique Cardoso é sempre um grande aprendizado. Além de sua vasta experiência política, ele como sociólogo e professor, nos traz com muito mais clareza os fatos do passado, analisa com precisão o presente e aponta os rumos para o futuro. 

Decidi encarar o desafio de tentar fazer um resumo dos principais temas abordados por FHC: 

Ao lembrar a história do PSDB, FHC falou sobre os objetivos e a conjuntura em que foi criado o partido. Não foi por cargos ou pelo poder, isto seus fundadores já tinham naquele momento. Foi com o objetivo de construir novos caminhos na política brasileira que propiciassem mudanças reais. 

Em seguida, falou sobre a ascensão do jovem partido ao poder e de como foi possível fazer as reformas estruturais que mudaram o Brasil: a consolidação do Plano Real, as privatizações, a Bolsa Escola (transformada em Bolsa Família), a regulamentação do SUS, a criação das Agências Reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal, etc. 

As grandes mudanças que o Brasil sofreu, foram realizadas por governantes tucanos, mas não pelo partido. Em resumo: o PSDB soube, e muito bem, ser governo, mas por ser jovem, teve e ainda tem dificuldades em ser PARTIDO. 

Outro trecho que gostei muito, foi quando FHC falou sobre a diferença entre a social democracia surgida no meio do século passado na Europa, e a social democracia brasileira. Segundo ele, o surgimento da Social democracia na Europa, foi para garantir direitos aos trabalhadores. Já no Brasil, se fez e faz necessário, garantir direitos aos POBRES. Por isso, o foco da social democracia brasielira deve ser o da inclusão. 

Para FHC o futuro na política está na COMUNICAÇÃO. Quem não entender este momento, não irá adiante. E a preocupação não pode se dar apenas com as mídias tradicionais: TVs e grandes jornais. Para ele, o rádio continua sendo muito importante. A internet é fundamental: redes sociais e blogs são as grandes ferramentas do momento. Tornam possível a interação com a sociedade e a divulgação de nossas bandeiras. Para ele, também é possível o partido se organizar em “diretórios virtuais”. “É o PSDB.COM”, disse FHC. Ele lamentou que o Programa de Governo Colaborativo de José Serra, o Proposta Serra (projeto que tive a honra de participar a convite de Xico Graziano), que envolveu dezenas de milhares de internautas, não tena sido usado.

Quando o militanta da JPSDB Vinícius Caruso, de 17 anos perguntou a ele como atrair o jovem para o PSDB, FHC respondeu: “crie um BLOG. Pergunte a eles o que eles querem, o que eles acham…”. 

Sobre as disputas internas, FHC disse que o PSDB não pode mais temer as prévias: "se tiver mais que um candidato, que se apresente", disse ele.

FHC deixou claro que o contato pessoal não pode ser perdido. Disse que o partido precisa entender o que as manifestações culturais da periferia, principalmente a música, quer dizer. 

O PSDB precisa participar das lutas locais da sociedade, estar envolvido em problemas que atingem o cotidiano do cidadão. Assim o partido se fará presente, parte integrante daquela localidade. 

Não é fácil escrever sobre o que Fernando Henrique Cardoso falou por mais de uma hora. Mas, encarei o desafio. Peço aos que estiveram presentes, que me corrijam em algum erro cometido. 

Aproveito para agradecer ao anfitrião do encontro Andrea Matarazzo, pela iniciativa e ao amigo Eduardo Odloak pelo convite.

WELBI MAIA BRITO