Réu, Aécio não deveria disputar eleição, diz Alckmin


O ex-governador de São Paulo disse que tucano vai se dedicar à sua defesa

Thais Bilenky - Folha.com

O ex-governador de SP Geraldo Alckmin 

O pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que o senador Aécio Neves (PSDB), réu acusado de corrupção e obstrução de Justiça, não deveria disputar a eleição deste ano.

Após evento do banco Santander, em São Paulo, nesta quarta-feira (18), Alckmin disse que não retira a declaração dada ao Grupo Bandeirantes mais cedo. “É claro que o ideal é que ele não seja candidato, é evidente”, afirmou à rádio.

A jornalistas, após a palestra, Alckmin disse que Aécio vai se dedicar à sua defesa. “Vamos aguardar que ele mesmo explicite. Evidente que ele deve estar refletindo sobre esse fato novo.”

O ex-governador paulista elogiou a iniciativa de Aécio, que após ser citado em delação da JBS, em maio de 2017, afastou-se da presidência do PSDB.

“O Aécio tomou a medida correta, se afastou da presidência do partido, ele próprio. Ele próprio tomou essa decisão. Tenho certeza de que ele vai refletir”, comentou.

O tucano afirmou que a situação do correligionário é diferente da do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso pela Lava Jato.

“Aécio não tem nenhuma condenação, o Lula tem duas. E é o imperador do PT”, afirmou Alckmin.

“O que nos diferencia do PT é que o PT desacredita das instituições, quer estabelecer descrédito especialmente do Judiciário”, disse.

Questionado sobre o impacto da situação de Aécio na eleição em Minas, Alckmin elogiou Antonio Anastasia, que deve disputar o governo do estado pelo PSDB. “Vamos ter um grande desempenho em Minas”, disse.

Sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça que encaminhou o seu caso de suspeita de caixa dois à Justiça Eleitoral, Alckmin disse que “nunca esteve na Lava Jato”. 

“Tem uma tendência se dizer que todo mundo é igual. Não é igual, é bem diferente”, afirmou.

Ao comentar decisão que tornou réus ex-presidentes do Metrô de SP, inclusive o secretário de seu governo e do atual Clodoaldo Pelissioni, o tucano manteve o discurso. 

“Justiça é para todo mundo. Não passamos a mão na cabeça de ninguém”, disse.

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