"A cobrança ao PSDB é do seu tamanho", artigo de Welbi Maia


As cobranças e críticas ao  PSDB são do tamanho da sua força e importância 

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No últimos meses a grande mídia, sites e blogs de política só falam do PSDB. Mas a que se deve tantos comentários, análises e criticas? Por quê tanto destaque? Bem, a crise política que o país vive nos últimos anos não é segredo pra ninguém. E nenhum partido está imune a ela. E com os tucanos não é diferente. Apesar de ser também afetados, os sociais-democratas parecem ser os únicos em que a sociedade deposita alguma esperança para tirar o país da crise política, econômica, social e ética deixada pelo governo Dilma e mantida por Temer.

Parece ser contraditório dizer que a sociedade critica o PSDB por depositar nele alguma esperança. Mas não é. De quem mais cobrariam? Do PT, maior responsável pela policrise que enfrentamos? Do partido que nem praticamente toda sua cúpula investigada, indiciada, processada, condenada ou presa, inclusive seu maior líder? Cobrar do PMDB, que durante todos os anos de lulopetismo foi parceiro e cúmplice? E que ao ascender ao poder, parece ter mantido várias práticas que nos colocaram na situação em que estamos?

Realmente, não há como ter esperança em quem nos colocou na crise ou em seus parceiros. Parceiros estes que não demostram nenhuma intenção de mudar seus modus operandi.

E nesses momentos sempre aparecem os "salvadores da pátria". Com discurso radical, tentam demonstrar força. Apresentam soluções fáceis para problemas complexos. Usam frases de impacto e promessas mirabolantes. Até atraem um certo número de seguidores. Geralmente pessoas de boa fé, desesperados por uma solução imedia. 

O deputado Jair Bolsonaro do PSC-RJ, por enquanto, e Ciro Gomes, do PDT, são exemplos desses falsos messias. Bolsonaro tenta ser a alternativa da direita, tentando fazer crer que os desvios de conduta e de competência dos governos petistas, devem-se apenas a uma questão ideológica. Tenta repetir o fenômeno Trump para se eleger. Já, Ciro, por um total vazio no campo da esquerda, se diz capaz de resgatar o legado do governo Lula que "as elites" interromperam.

Mas, sabemos que bravatas não é bravura. Tanto Bolsonaro, quanto Ciro Gomes são inexperientes, falastrões e sem nenhuma base e comprometimento ideológico. A prova disso é que nunca se mantiveram muito tempo em um partido. Parece que nenhum serve a eles. Se sentem maiores que a legendas pelas quais circularam. Portanto, ambos não carregam consigo a credibilidade que um candidato à Presidência da República necessita.

Existem também aqueles aventureiros, que sem espaço em suas antigas legendas, procuram partidos pequenos para tentar viabilizar uma candidatura. Acreditam que o momento turbulento e um golpe de sorte possam fazê-los Presidente da República. É o caso do senador Alvaro Dias, que sem espaço no PSDB, foi para o PV e agora tenta se lançar pelo ex-PTN, que agora se cham Podemos.

Dos partidos mais tradicionais, um dos  poucos que pode ter condições lançar um candidato com um mínimo de viabilidade e credibilidade é o Democratas. No entanto, falta ao DEM um candidato de expressão nacional. Também pesa a eles saber que disputariam votos com eleitores tucanos. E isso poderiam prejudicar a ambos.

Analisando todos os quadros, é difícil cobrar dos partidos e eventuais candidatos à Presidência da República como cobram do PSDB. Os tucanos também enfrentam problemas. É verdade. Porém, reúne ainda uma série de atributos que trazem alguma esperança. Carrega consigo o legado dos governos FHC, de várias gestões exitosas nos estados e importantes cidades e capitais, nas vitórias nas eleições de 2016. 

O PSDB também é cobrado por seus líderes não conseguirem em momentos importantes terem uma opinião única. E essa deve ser uma de suas maires virtudes. Diferente da maioria das agremiações partidárias, o partido não tem um dono, um cacique que imponha sua vontade em momentos de divergência. Com isso, a mídia acostumada com a opinião unilateral da maioria dos partidos, tende a dizer que o PSDB está rachado. Enquanto, na verdade, o que ocorre é a disputa democrática de suas lideranças pelo comando do partido. É só ver, que outra legenda pode hoje apresentar mais que um candidato com condições reais de vitória em 2018?

É o único partido que consegue dialogar com a esquerda moderada, como o PSB e PPS, e com partidos mais a direita como o DEM e PP. Mantém também boas relações com o PV, PTB e PSD e com os nanicos.

Por ser o partido que mais tem a oferecer ao Brasil é o mais cobrado. Os tucanos precisam reconhecer seu tamanho e importância, assumir a responsabilidade de apresentar propostas e um candidato que possa vencer as eleições em 2018.

Se o PSDB conseguir entender que as cobranças e críticas que lhe fazem são proporcionais ao seu tamanho e força, poderá retomar as rédeas e reconduzir o Brasil para o rumo certo, perdido nas eleições de 2002.


*WELBI MAIA BRITO é publicitário e editor do Blog do Welbi








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