Geraldo Alckmin é rebebido como candidato em cerimônia no Palácio do Planalto


Governador de São Paulo tirou selfies com políticos, distribuiu abraços e recebeu até beijo de um correligionário Após prestigiar a posse do chanceler Aloysio Nunes Ferreira (PSDB)

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) é recebido como candidato à Presidência da República em cenário que não poderia ser mais propício: o Palácio do Planalto. Após prestigiar a posse do chanceler Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Alckmin tirou selfies com políticos, distribuiu abraços e recebeu até beijo de um correligionário. Não quis, porém, adiantar seus planos para a corrida de 2018.

“Eu sou do tempo em que no baile era um pra frente e dois pra trás”, desconversou o governador. “Eleição é em ano par e nós estamos em ano ímpar.”

No Salão Nobre do Planalto, onde ocorria a cerimônia de posse de Aloysio e também de Osmar Serraglio – novo titular da Justiça –, Alckmin foi mais assediado do que muito ministro ali presente. A reação ocorreu porque, ao participar de um almoço com empresários, na segunda-feira, ele assumiu que deseja concorrer à sucessão do presidente Michel Temer. “Se disser que não quero ser, não é verdadeiro”, afirmou o governador, na ocasião.

A estratégia de Alckmin foi cuidadosamente planejada no momento em que circulam rumores de que o prefeito de São Paulo, João Doria – seu afilhado político --, pode lhe dar uma rasteira e acabar sendo o candidato do PSDB ao Planalto. Doria, no entanto, assegurou que Alckmin é o nome dele para o Planalto.

“Foi um gesto de confiança de um companheiro”, disse o governador, ontem, cercado por políticos que queriam tirar fotos com ele. “Mas esta é uma decisão para 2018. Agora o foco é retomar o desenvolvimento e trabalhar pela aprovação das reformas.”

Ao antecipar seus movimentos, Alckmin tenta ocupar espaço, abrir o debate interno e emparedar os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), os outros dois presidenciáveis do PSDB. O grupo do governador avalia que o partido precisa definir um nome para disputar a Presidência até o fim deste ano, sob pena de ficar enfraquecido diante de um cenário político cada vez mais turbulento.

Questionado se participaria de uma prévia para escolha do candidato, Alckmin abriu um sorriso. “Tudo tem seu tempo”, repetia ele como mantra, adotando a máxima do “um pra frente e dois pra trás” para se desvencilhar dos jornalistas.

Em delações distintas à força-tarefa da Lava Jato, ex-executivos da Odebrecht citaram tanto Alckmin quanto Aécio e Serra em irregularidades. Serra pediu demissão no Ministério das Relações Exteriores antes do carnaval, alegando apenas problemas de coluna.

Pouco antes de participar da cerimônia no Planalto, o governador tucano tomou um café com Temer e com Aécio, no gabinete presidencial, situado no terceiro andar. “Foi um café de Minas. Café bom”, disse ele, sem fazer comentário sobre a conversa.

Na hora de sair, Alckmin se dirigiu à rampa que liga o Salão Nobre ao terceiro andar. Um tucano não deixou por menos: “Já está subindo a rampa, hein?” Alckmin sorriu e fez menção de recuar. Mas acabou subindo.


Fonte: Vera Rosa e Tânia Monteiro - Estadão

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