Doria quer usar Operação Delegada com policial civil na região da cracolândia


Folha.com


A equipe do prefeito eleito, João Doria (PSDB), estuda pagar agentes da Polícia Civil para que usem seus dias de folga para trabalhar no combate ao tráfico de drogas na região da cracolândia.

A Polícia Civil, subordinada ao governo do Estado, já é responsável por esse trabalho de inteligência na região. Mas a nova gestão municipal quer fixar e ampliar essa presença para ao menos amenizar a entrada de drogas em ruas do centro de São Paulo hoje ocupadas por usuários de crack.

A iniciativa ocorreria por meio da chamada Operação Delegada, criada na gestão de Gilberto Kassab (PSD) e depois expandida pelo Estado.

Atualmente restrito a PMs, esse programa da prefeitura tem 964 vagas e paga até R$ 25,50 por hora a policiais. Em dias de folga, eles trabalham no combate ao comércio de produtos irregulares, entre outras atividades.
Agora, a ideia é utilizar também o dia de folga de agentes da Polícia Civil para ajudar a sufocar o abastecimento de drogas na região.

A GCM (Guarda Civil Metropolitana) atua na área, mas o prefeito Fernando Haddad (PT) reclama que só ações sociais e de saúde não são suficientes para enfrentar o problema da cracolândia, menos ainda combater o tráfico.

Os responsáveis pela transição de Doria apostam na colaboração da área de segurança da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político do prefeito eleito. Ainda está sendo avaliado, porém, como seria efetivada essa parceria e se haveria algum empecilho para a ação.


Operação Delegada

O que é
Um convênio entre as prefeituras e a Secretaria da Segurança Pública do Estado de SP que permite que policiais militares e civis trabalhem nas folgas, recebendo salário adicional pago pelo município

Origem
A prática foi implantada inicialmente na capital, no fim de 2009, e é usada na fiscalização de camelôs ilegais. A atividade se espalhou para outras cidades do Estado

Como funciona
Os policiais usam uniforme e armamento da PM. Os praças, como soldados e sargentos, recebem R$ 21,25 por hora

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