Temer escolhe Imbassahy para pasta de Governo, que terá mais peso
VALDO CRUZ, GUSTAVO URIBE E NATUZA NERY - FOLHA.COM
O deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB-BA)
O presidente Michel Temer fechou nesta quinta-feira (8) escolha de Antônio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo, no lugar do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
A Secretaria de Governo é responsável pela articulação política do Planalto. O convite a Imbassahy deve ser feito ainda nesta quinta. Se aceito, o anúncio deve ser feito na semana que vem.
Para viabilizar a nomeação,Temer negocia com o comando nacional do PSDB a reformulação da pasta, dando mais peso político.
A ideia discutida pelo peemedebista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e com o senador Aécio Neves (MG) é que, além da articulação política e distribuição de cargos, a pasta tenha maior atuação na formulação de políticas do governo, aumentado a atribuição, por exemplo, de negociação com as unidades da federação.
Os tucanos não querem ocupar uma pasta que seja apenas voltada para questões burocráticas, mas desejam ter assento também em discussões e decisões de políticas governamentais.
Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Imbassahy tem viajado com Temer em compromissos pelo país e acompanhou com ele na quarta-feira (7), no gabinete presidencial, a sessão da STF (Supremo Tribunal Federal) para definir o destino de Renan Calheiros (PMDB-AL).
O obstáculo principal para a escolha do tucano era a resistência da bancada do PMDB na Câmara, que pleiteava continuar à frente do posto comandando até o mês passado pelo ministro Geddel Vieira Lima, do partido.
Para evitar uma crise com a sigla, o presidente tem conversado com deputados federais individualmente. Nas palavras de um deles, que se reuniu no início da semana com o presidente e foi convencido sobre a necessidade de contemplar o PSDB, agora é o momento de "segurar o tucano pelo rabo para evitar que ele saia voando".
Para fechar o acordo, o presidente conversou pelo telefone com FHC e se encontrou com a cúpula do partido em viagem a São Paulo, na terça-feira (6). Na quarta-feira (7), ele também se reuniu com os governadores da sigla Beto Richa (Paraná) e Marconi Perillo (Goiás).
O nome do ministro Bruno Araújo (Cidades), do PSDB, chegou a ser cogitado por Temer para a pasta, mas ele preferiu continuar à frente do seu ministério, que detém o controle de iniciativas de apelo popular, como o Minha Casa, Minha Vida.
A decisão de antecipar a nomeação para o Governo, cuja previsão é que ficasse apenas para o ano que vem, foi tomada devido à sobrecarga de trabalho sobre o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), que sofreu um pico de pressão na semana passada.
Além disso, o presidente tenta evitar a saída do partido do governo federal, considerado o principal aliado da gestão peemedebista no Congresso.
No PSDB, há uma ala que defendeu o desembarque imediato da legenda para evitar que um eventual fracasso de Temer possa afetar a imagem da sigla para a disputa presidencial de 2018.
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