Governador Geraldo Alckmin visita a Bahia



Jairo Costa Junior - Correio da Bahia



O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), desembarcou na Bahia este fim de semana como parte do périplo que tem feito no Nordeste, com horizonte na disputa presidencial de 2018. O objetivo, claro, é colocar a cara na vitrine em uma região onde ele enfrenta os seus maiores índices de desconhecimento. E, para isso, o tucano, católico praticante, colocou um olho no padre e outro na missa. Ele aportou no Iberostar, em Imbassahy, primeiro para conhecer os prefeitos eleitos e reeleitos do partido no estado. Segundo, para falar no encontro dos 40 anos de criação da Associação Baiana de Supermercados (Abase). Em bate-papo ontem com a coluna, por telefone, minutos antes de seu retorno a São Paulo, Alckmin deixou evidente o peso que os dois grupos têm na sua agenda política. “O PSDB cresceu o número de prefeitos na Bahia este ano. Eu fui prefeito de minha cidade natal (Pindamonhangaba, interior paulista) e sei da importância maior que eles têm hoje e no futuro. Costumo dizer que o século 19 foi dos impérios e o 20, dos países. Mas o 21 vai se consolidar como o século das cidades”, disse, evitando ligar diretamente a participação nos eventos à tática para a próxima sucessão.

Cesta gorda

Paulista de nascimento, mas bastante mineiro no trato político, o governador Geraldo Alckmin preferiu falar nas entrelinhas quando perguntado se a visita tinha relação com a caminhada para aumentar a popularidade no Nordeste. “Recebi um convite da Abase para vir às comemorações pelos 40 anos dos supermercadistas da Bahia. Só para dar uma dimensão do papel desse segmento, eles possuem quase 200 mil postos de trabalho ocupados. Hoje o grande desafio está em vencer o desemprego, que já passou os 12 milhões de pessoas no Brasil. A indústria cada vez mais cria robôs para substituir a mão de obra humana. O setor de serviços é onde estão as melhores possibilidades”, disse. Desde que intensificou o diálogo com outros estados, Alckmin vem concentrando seus discursos em defesa dos setores que mais absorvem profissionais em seus quadros. 

Braços dados

A cruzada de Geraldo Alckmin na Bahia serviu ainda para revelar em quem o governador paulista aposta na busca de apoio do diretório estadual do PSDB a uma eventual disputa interna pela candidatura do partido ao Planalto. Enquanto os deputado federais Antonio Imbassahy e Jutahy Júnior são, respectivamente, aliados de primeira hora do senador Aécio Neves (MG) e do chanceler José Serra (SP), o também deputado federal João Gualberto, presidente do partido no estado, se tornou o braço baiano de Alckmin. Além de participar de evento da Abase, em que o parceiro é um dos mais influentes representantes, o governador tucano fez deferência especial a Gualberto, ao visitar Mata de São João, reduto político do parlamentar. “Que lugar espetacular. Você sabia que o complexo turístico da cidade gera 10 mil empregos?”, destacou Alckmin. Grande vitorioso político do PSDB em 2014 e, especialmente, nas eleições deste ano, o governador paulista tem grandes chances de vencer Aécio e Serra no páreo. O que consolidaria o poder da corrente liderada por Gualberto.

Aspa

"No país, existem duas classes de ansiosos. Um é composto pelos políticos. O outro, pelos jornalistas. Ainda falta muito para 2018", Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, ao responder sobre suas articulações para a próxima disputa presidencial

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