Eleições 2016: João Doria Jr.



Em sua primeira eleição, candidato tucano contou com o apoio de Alckmin para vencer uma difícil disputa interna no partido

 ÉPOCA



João Agripino da Costa Doria Júnior, mais conhecido como João Doria Jr., nasceu em 16 de dezembro de 1957 na capital paulista. Seu pai, João Doria, era publicitário e deputado federal, mas foi cassado pelo regime militar em 1964, sendo obrigado a se exilar. Doria, então com 6 anos, foi com o pai, o irmão mais novo, Raul, e sua mãe para Paris, onde moraram por dois anos. Devido a problemas financeiros, Doria, seu irmão e sua mãe voltaram ao Brasil, com seu pai continuando em exílio.

Aos 18 anos, enquanto cursava comunicação social, assumiu uma diretoria na TV Tupi. Depois de uma passagem também pela Bandeirantes, Doria se tornou diretor na tradicional agência de publicidade MGM, na mesma época em que se graduava pela Faap. Durante os anos 1980, fundou a agência DLS e foi sócio da empresa de relações públicas Voice. Na mesma época, foi secretário de Turismo do município de São Paulo e presidente da Paulistur (de 1983 a 1986) durante o governo de Mário Covas. Também foi presidente da Embratur e do Conselho Nacional de Turismo durante o governo Sarney, entre 1986 e 1988.

Em 1992, fundou o Grupo Doria, composto de seis empresas, entre elas o LIDE – grupo de Líderes Empresariais – do qual é presidente licenciado. O LIDE reúne mais de 1.600 empresas, representando cerca de metade do PIB privado do país. Também nos anos 1990, montou a produtora Videomax e começou a produzir o programaSucesso, da Bandeirantes, dando início a sua carreira na televisão depois de anos como publisher de diversos títulos direcionados para empresários e para a classe A. Além do Sucesso, Doria apresentou o programa Business, que passou pela Manchete, pela RedeTV, onde teve o nome alterado para Show business, e então Bandeirantes. Também comandou o programa de entrevistas Face a face, não tão voltado para o público empresarial, e foi o anfitrião de duas edições do reality show O aprendiz, da Record, em 2010 e 2011.

Membro filiado do PSBD desde 2001, Doria se tornou candidato do partido à prefeitura de São Paulo em 2016, depois de algumas polêmicas e uma disputa interna complicada. Escolhido pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como seu candidato, Doria, que nunca possuiu muita vivência dentro do partido, enfrentou nomes mais tradicionais do PSDB, como Ricardo Trípoli e Andrea Matarazzo, este último apoiado por Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Aloysio Nunes. Doria e Matarazzo foram os mais votados nas eleições internas do partido, mas, antes do segundo turno, Matarazzo acusou seu adversário de comprar votos, abandonou a disputa e se desfiliou do partido. Dias depois se afiliou ao PSD e, então, se tornou candidato a vice na chapa de Marta Suplicy, candidata pelo PMDB e adversária de Doria.

Em sua campanha, Doria afirmou que se eleito vai privatizar o Pacaembu, o Autódromo de Interlagos e o Anhembi. Além disso, também disse que vai revogar o decreto de Fernando Haddad que diminui a velocidade permitida nas marginais Tietê e Pinheiros.

Em seu programa de governo, Doria quer completar e ampliar as equipes do Programa de Saúde da Família (uma de suas promessas de campanha é contratar 800 novos médicos). Além disso, quer criar prefeituras regionais com dotação orçamentária própria e autonomia para despesas. Também defende a manutenção e ampliação das ciclovias na cidade.

No entanto, o plano também teve controvérisa. Na primeira versão do plano de governo de Doria foi usada a palavra “apartheid” como um dos cinco eixos que fundamentam suas propostas na área cultural. O eixo em questão dizia: “Apartheid – Rompendo as barreiras existentes para unir a cidade”. Posteriormente, o termo foi retirado do plano de governo a pedido do próprio Doria.

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