Aposta de Alckmin, candidato tirou R$ 2,4 milhões do próprio bolso
SÍLVIA AMORIM - O GLOBO
De desconhecido do eleitorado, Doria foi apontado na última pesquisa do Datafolha como um dos favoritos para 2º turno
Em 40 dias de campanha, o empresário João Doria (PSDB) fez sua candidatura a prefeito de São Paulo sair da posição de maior desconhecida na disputa para uma das favoritas ao segundo turno. Como o slogan da campanha, “Acelera SP”, o tucano partiu dos 5% de intenção de voto na primeira pesquisa Datafolha, em agosto, para 25% quinta-feira. A performance colocou Doria, pela primeira vez, no primeiro lugar. O cenário é de empate técnico com Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB).
Quatro fatores são apontados por adversários e analistas políticos para a ascensão meteórica do tucano, novato em eleições: maior tempo de propaganda no horário eleitoral, discurso antipolítico e anti-PT, fragmentação das candidaturas de esquerda e dinheiro para pagar a própria campanha.
Doria é o candidato mais rico da eleição, com patrimônio declarado em R$ 180 milhões. Mais da metade dos recursos arrecadados veio do bolso dele: R$ 2,4 milhões. E o tucano tem a campanha mais cara — R$ 13 milhões, até sexta-feira. Isso dá a Doria uma larga vantagem numa eleição em que o financiamento está escasso após a proibição de doação de empresas. Não foi à toa que a questão financeira foi um dos fatores que convenceu o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a investir pesado em Doria como nome do PSDB, contrariando caciques do partido.
Para o cientista político Humberto Dantas, Alckmin é o grande patrocinador do crescimento de Doria.
— Ele não mediu esforços em fazer uso das estruturas públicas para viabilizar a candidatura do afilhado político. Foi Alckmin quem garantiu a Doria a maior coligação da eleição e o maior tempo de TV. Numa eleição curta, isso tem se mostrado decisivo.
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