Justiça suspende nomeação de primeira-dama de Minas


Alvo da Operação Acrônimo, Carolina Pimentel foi nomeada secretária de Trabalho e Desenvolvimento Social

O GLOBO

Pimentel, ao lado da mulher Carolina

A Justiça mineira suspendeu nesta quinta-feira a nomeação da primeira-dama de Minas Gerais, Carolina de Oliveira Pereira Pimentel, para a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social. Alvo da Operação Acrônimo, Carolina é mulher do governador José Pimentel (PT). Desta forma, primeira-dama perde o foro no Tribunal de Justiça de Minas.

A Constituição Estadual de Minas Gerais, no artigo 106, prevê que cabe ao Tribunal de Justiça do estado "processar e julgar originariamente" secretários de estado. Nesse caso, caberia à segunda instância a responsabilidade sobre possíveis processos. Segundo a Súmula Vinculante número 13 do STF, publicada em 2008, o ato de Pimentel, é inconstitucional, por se tratar de nepotismo.

A Operação Acrônimo investiga suspeitas de lavagem de dinheiro em contratos com o governo federal e o uso de recursos desviados em campanhas eleitorais, entre elas a do governador de Minas Gerais. Na semana passada, o governador foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por corrupção e lavagem de dinheiro. A empresa de Carolina Pimentel recebeu pagamento da Pepper, agência ligada ao PT e supostamente envolvida em caixa 2 de campanhas.

Em maio de 2015, o GLOBO revelou que um relatório da PF apontou que a Oli Comunicação e Imagens, registrada no nome de Carolina, seria uma empresa fantasma. A companhia teria sido usada para movimentação financeira indevida do empresário Benedito de Oliveira, o Bené, dono de gráfica em Brasília. No mesmo período, o apartamento de Carolina foi alvo de um mandado de busca e apreensão.

O empresário teria ainda pago despesas com transporte e hospedagem de Fernando Pimentel e da mulher no Maraú Resort, na Bahia, entre 15 e 17 de novembro de 2013, quando Pimentel ainda era ministro do Desenvolvimento.

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