Justiça determina reintegração de posse do Centro Paula Souza


Secretaria diz que 95% das Etecs e 100% das escolas tem alimentação

G1 

Estudantes invadem a sede do Centro Paula Souza durante manifestação em São Paulo 

A Justiça determinou a reintegração de posse do Centro Paula Souza, na região da Luz, no Centro de São Paulo. O local está ocupado desde a tarde de quinta-feira (28) por estudantes de escolas da rede estadual de ensino de São Paulo e de Etecs (Escolas Técnicas). Nesta segunda-feira (2), os alunos seguiam acampados no interior do prédio em protesto contra a máfia da merenda escolar, os problemas com merendas nas Etecs e Fatecs e os cortes nos repasses para a educação.

Ainda não houve visita do Oficial de Justiça no local para entregar o mandado que determina a saída dos jovens. Os estudantes planejam realizar assembleia, nesta segunda, para definir os rumos dessa ocupação. Um representante dos alunos disse ao Bom Dia São Paulo que os alunos não pretendem sair do Centro Paula Souza e vão tentar resistir, mesmo com a determinação judicial.

A Polícia Militar fechou as ruas no entorno do prédio ocupado. Os funcionários terceirizados que trabalham no local aguardam do lado de fora. Eles reclamam que, se não conseguem entrar, ficam sem receber o salário do dia, porque o dia é considerado pela empresa um período não trabalhado.

O Centro Paula Souza é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI). A sede invadida pelos estudantes reúne a administração central do Centro Paula Souza, a Etec Santa Ifigênia e o Centro de Capacitação.

Por causa da ocupação, os portões da Etec Santa Ifigênia estão trancados com cadeados e os alunos não tiveram aula.

Além do Centro Paula Souza, a Escola Estadual Fernão Dias, em Pinheiros, na Zona Oeste, também está ocupada. A escola foi uma das primeiras a ser ocupada durante um protesto de estudantes contra a reorganização escolar proposto pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), entre novembro e dezembro de 2015 e janeiro de 2016.

Estudantes que ocuparam a Fernão Dias dizem que a Secretaria da Educação descumpriu ordem da Justiça de suspensão da reorganização escolar em 2015 e fechou salas de aula em algumas escolas.

Antes do protesto, a categoria realizou uma assembleia e optou por voltar a negociar reajuste salarial com a Secretaria da Educação antes de decretar a greve.


Nota

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação repudiou a ocupação das duas escolas e disse que o ato representa um desrespeito ao bom senso e prejudica estudantes, professores e funcionários. O texto ainda informa que 95% das Etecs e 100% das escolas estaduais oferecem alimentação de graça. A Secretaria afirma também que não há qualquer processo de reorganização sendo executado e que nenhuma escola foi fechada e desativada.

Também por meio de nota, o Centro Paula Souza disse que, a partir desta semana, todas as Etecs vão oferecer merenda aos alunos.

Na semana passada, o Centro Paula Souza disse em nota que "investiu, apenas nos últimos dois anos, mais de R$ 250 milhões na ampliação e melhoria estrutural na sua rede de educação profissional. As melhorias incluem obras para o armazenamento e preparo da merenda". "O Centro Paula Souza segue trabalhando para solucionar questões pontuais com a readequação da estrutura disponível em algumas unidades e a negociação com as prefeituras e a Secretaria da Educação, responsável pelo orçamento, compra e distribuição de alimentos".


Ocupação após manifestação

Na quinta, os alunos fizeram uma manifestação iniciada na Avenida Paulista. Após caminhada pelo Centro da cidade, um grupo de manifestantes invadiu o Centro Paula Souza, pulando os portões. 

Comentários

  1. O Governo paulista parece não ter assessoria de imprensa! É preciso divulgar com maior frequência e ênfase que se trata de movimento político encabeçado pelo PT. O governador dizer isso apenas de passagem numa entrevista não resolve nada. É preciso ter uma estratégia combativa, atuante, que anule e desmascara essa palhaçada dos organismos mantidos com verbas públicas, como a Une e os sindicatos, que se sustentam com o dinheiro do povo (e sequer precisam prestar contas dele).

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  2. O Governo paulista parece não ter assessoria de imprensa! É preciso divulgar com maior frequência e ênfase que se trata de movimento político encabeçado pelo PT. O governador dizer isso apenas de passagem numa entrevista não resolve nada. É preciso ter uma estratégia combativa, atuante, que anule e desmascara essa palhaçada dos organismos mantidos com verbas públicas, como a Une e os sindicatos, que se sustentam com o dinheiro do povo (e sequer precisam prestar contas dele).

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