MALDDAD: Gestão Haddad corta transporte escolar de alunos deficientes


MARIANA ZYLBERKAN - AGORA


Crianças que precisam usar cadeira de rodas estão faltando às aulas há mais de duas semanas por falta de vagas no TEG (Transporte Escolar Gratuito), da prefeitura.

De acordo com as mães, condutores reduziram o número de assentos para crianças com deficiência desde o início do ano letivo. Cada cadeira de rodas ocupa cinco lugares nas vans.

Segundo Jorge Formiga Salgado, diretor da Associação Regional de Transporte Escolar de São Paulo (Artesul), o repasse da prefeitura diminuiu desde o dia 11 de fevereiro, quando entrou em vigor novo edital.

A mudança, segundo condutores, passou a permitir apenas o transporte de dois alunos por turno (dois de manhã e dois de tarde). Antes, ao menos cinco crianças com deficiência viajavam por perua por turno, diz

Formiga. "Calculo que umas 300 crianças estejam sem transporte", afirmou.

Sem opção, as mães têm deixado os filhos em casa. "Meu filho usa cadeira de rodas e temos que pegar dois ônibus até a escola", diz a dona de casa Sheyla Falcothio Hernandes, 36 anos, mãe de Elton, 14 anos, que sofreu um acidente de carro quando era bebê e tem falhas na coordenação motora.


MICROCEFALIA

A dona de casa Sandra de Lima Uno, 47 anos, pediu um carro emprestado a parentes para levar o filho de sete anos, que tem microcefalia, ao CEU Vila Rubi, na Cidade Dutra (zona sul), onde faz acompanhamento pedagógico. "A cada dia que ele falta demora mais para ele se readaptar depois das férias."

A cuidadora Joelma Araújo da Silva, 27 anos, foi à escola, no Grajaú (zona sul), onde seu filho Natan, de seis anos, estuda, e ouviu da direção da unidade que não havia previsão de quando voltaria a ser atendido.

A mãe diz que não sabe qual o diagnóstico do filho, mas ele não anda nem fala. "As crianças especiais deveriam ter prioridade", diz Joelma.



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