FHC diz que denúncias feitas por ex-namorada são 'invenções'


THAIS ARBEX - FOLHA.COM


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classificou, nesta segunda (22), como "invenção" e "coisas menores" as denúncias de ele que teria usado a Brasif S.A. Exportação e Importação para enviar ao exterior dinheiro para a jornalista Mirian Dutra, com quem manteve um relacionamento extraconjugal, e para o filho dela, Tomás Dutra.

O caso foi revelado por Mirian Dutra à Folha. É a primeira declaração pública de FHC sobre o caso.

"Não tem fato. O que foi que eu fiz de errado? Nada. Vocês estão insistindo em um tema que não existe", disse. "É invenção, não sei de quem. São coisas menores. Estou preocupado com o Brasil."

FHC disse ainda não ter "denúncia nenhuma" e que a própria empresa disse que não é verdade.

Ele afirmou ainda não nada a "temer e esconder" e voltou a afirmar que a relação com a jornalista "pertence ao âmbito pessoal".


JOÃO SANTANA

FHC afirmou que, se as investigações sobre o marqueteiro João Santanaalcançarem a campanha presidencial de Dilma Rousseff, "é possível" que volte a ter força no Congresso o pedido de impeachment da presidente.

"Não sei qual é o grau de extensão do que está aparecendo, se alcança ou não a campanha da presidente Dilma. Se alcançar, doa a quem doer. Não tem jeito", disse.

O ex-presidente, que participou do último ato da pré-campanha do vereador Andrea Matarazzo a prefeito de São Paulo pelo PSDB, afirmou ainda esperar que "se desfaça essa organização criminosa" que está no poder e disse ter "pena" do que está acontecendo no Brasil.

O ex-presidente disse ainda que o pedido de prisão do marqueteiro reforça a tese do PSDB, que pede a cassação da chapa da presidente e de seu vice, Michel Temer, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Se aparecer alguma coisa como estão dizendo, é claro [que reforça]", disse. "Mas sou prudente. Nunca avanço o sinal sobre pessoas que estão sendo acusadas. Vamos ver o que tem. O que já apareceu é suficiente para todos sabermos que deste jeito que está não dá. É preciso que tenham lideranças que sejam confiáveis ao país."

Classificando o momento político do país como "um desastre", FHC disse que "não se pode tampar o sol com a peneira". "Alguns dizem que estamos no fundo do poço, outros que dizem que tem um alçapão."


PRÉVIAS

FHC participou ao lado de outros caciques tucanos, como os senadores José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, além do ex-governador Alberto Goldman, do ato em apoio a Andrea Matarazzo nas prévias do PSDB que definirão o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, no Circolo Italiano.

O vereador disputa a indicação interna com o empresário João Doria e o deputado federal Ricardo Tripoli.

Chamado a discursar, o ex-presidente foi saudado pela militância tucana com gritos de "FHC, tucanos de verdade têm orgulho de você".

Aos correlegionários, o ex-presidente fez um discurso inflamado e afirmou que a "união entre incompetência e corrupção" destruiu o Brasil.

"Quase tudo que construímos está sendo destruído. A união entre incompetência e corrupção levou o Brasil às cordas. Mas o Brasil é forte e vai sair das cordas e nós vamos voltar a governar o Brasil", disse.

"Vamos ter um país decente, digno de ser vivido como os brasileiros são. Os brasileiros não são isso que está aparecendo aí. Isso é o lixo, é a escumalha."

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