Crise: Geraldo Alckmin prevê retomada de investimento até 2019


REYNALDO TUROLLO JR. E PAULO MUZZOLON - FOLHA.COM


Apesar de prever diminuição dos investimentos do governo neste ano, devido à crise e à queda na arrecadação, a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) pretende manter, no quadriênio 2016-2019, esse tipo de despesa no mesmo nível do período anterior (2012-15) –9% de participação em relação às despesas totais (de R$ 902,6 bi nos quatro anos).

Em reais, as chamadas despesas de capital, que incluem investimentos e inversões financeiras (como operações de aporte de recursos em empresas estatais), devem subir 11% neste quadriênio, na comparação com o anterior.

As despesas de capital somaram R$ 73,2 bilhões em 2012-2015, em valores atualizados pela inflação do período. Em 2016-19, estão previstas para alcançar R$ 81,2 bilhões.

Esse aumento, entretanto, acompanha a alta dos gastos totais do Estado –que também é de 11%–, e, por isso, a participação das despesas de capital em relação às despesas totais deve ficar estável.

As previsões constam do Plano Plurianual (PPA) 2016-2019, espécie de plano de metas do governo elaborado pela equipe de Alckmin e aprovado pela Assembleia Legislativa em dezembro. Já os dados dos investimentos liquidados no quadriênio passado foram tabulados pela Secretaria de Planejamento a pedido da Folha.


INÍCIO RUIM

Antes do congelamento de R$ 6,9 bilhões do Orçamento anunciado nesta sexta-feira (15) por Alckmin, o novo PPA já revelava que o governo deseja gastar menos com investimentos em 2016 do que em 2015. As despesas de capital diminuem de R$ 20,1 bilhões, no ano passado, para R$ 19,5 bilhões neste ano (-3%).

Apesar do pessimismo para 2016, o governo paulista trabalha com um cenário de recuperação da economia nos próximos três anos e prevê uma retomada dos investimentos públicos no Estado.

A previsão é que as despesas de capital subam para R$ 20 bilhões em 2017 e, em 2019, alcancem R$ 21,1 bilhões.

Entre os investimentos previstos, o governo destaca a continuidade das obras do Rodoanel Norte e a expansão da linha 4-amarela do Metrô.

De todos os gastos do governo, os que mais devem subir neste quadriênio são as despesas previstas em lei, como as previdenciárias e as transferências a municípios –de R$ 282 bilhões para R$ 330 bilhões (16,9%).




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