PT só não quis o impeachment de Lula porque ele é petista, diz Geraldo Alckmin


Márcio Falcão - Folha.com


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), manteve nesta quinta-feira (10) o discurso em defesa de que o Congresso deve analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e aproveitou para provocar o PT.

Segundo o tucano, o partido não tem credenciais para reclamar do pedido de afastamento da petista protocolado pela oposição porque sempre recorreu ao mecanismo, que tem previsão Constitucional.

"Impeachment não é golpe. Aliás, o PT era o rei do impeachment, entrou com pedido contra [os ex-presidentes Fernando] Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique. Só não entrou contra o Lula porque era do PT. O impeachment é previsto na Constituição brasileira", afirmou.

Alckmin disse que não vê que o STF (Supremo Tribunal Federal) tenha identificado abuso da Câmara no andamento do andamento do pedido de deposição de Dilma e, por isso, tenha suspendido, provisoriamente, a tramitação do processo.

"Acho que é para estabelecer o regramento, procedimentos. A Câmara não vai entrar no mérito da questão. O mérito é no Senado. A Câmara recebe ou não o pedido e ao mesmo tempo o Supremo, se tiver dúvida, estabelece a regra", afirmou.

Numa decisão na noite desta terça, o ministro Luiz Edson Fachin travou o pedido de afastamento de Dilma na Câmara. Isso vale até o julgamento pelo plenário do STF, no próximo dia 16, que vai avaliar ações de governistas que questionam o início do pedido de afastamento da petista na Casa e o rito do processo.

Em sua decisão, Fachin interrompeu a instalação da comissão especial que irá analisar o processo e suspendeu todos os prazos.

O ministro, no entanto, não anulou os atos praticados até agora, como a eleição realizada na tarde desta terça que elegeu maioria oposicionista para o colegiado. As decisões tomadas pela Câmara serão avaliadas pelo Supremo.

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