Oposição articula instalação de CPI que mire o filho de Lula


Aguirre Talento e Gustavo Uribe - Folha.com

Luis Cláudio, filho do ex-presidente Lula 

Com o fim do prazo da instalação de comissões parlamentares de inquérito no Congresso Nacional, partidos de oposição articulam uma nova CPI para 2016 que mire Luis Cláudio, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e investigado na Operação Zelotes por receber pagamentos de lobista.

A CPI do Carf (órgão do Ministério da Fazenda que julga recursos contra multas da Receita, alvo inicial da Zelotes), foi colocada na fila da Câmara e deve ganhar impulso após o desgaste entre o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o governo Dilma, materializado pelo acolhimento do pedido de impeachment contra a petista.

As siglas de oposição, como PSDB e DEM, começaram na semana passada a discutir a estratégia com Cunha para emplacar a comissão parlamentar no início de 2016.

A empresa de Luis Cláudio, LFT Marketing Esportivo, recebeu pagamentos de cerca de R$ 2,5 milhões do lobista Mauro Marcondes. A Polícia Federal e a Procuradoria investigam se há relação entre esses pagamentos e a prorrogação de medidas provisórias favoráveis ao setor automotivo, do qual Marcondes era lobista.

Luis Cláudio nega irregularidades e diz que foi pago por estudos de marketing esportivo para Marcondes.

O Senado já realizou uma CPI do Carf neste ano, mas ela terminou na última semana sem avanços em relação à investigação policial. A base governista blindou a convocação de personagens ligados ao ex-presidente.

Uma segunda possibilidade em discussão é criar uma CPI mista das Medidas Provisórias –na Câmara, a oposição avalia a possibilidade de criar essa comissão na Casa.

"Precisamos criar uma CPI mista, para que a composição não seja em sua maioria absoluta governista", afirmou o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), que presidiu a CPI do Carf.

Para ele, a comissão pode incluir também as recentes suspeitas de que Cunha recebeu pagamentos do banco BTG para favorecer a instituição em medidas provisórias, acusação negada por ambos.

Na Câmara, a CPI do BNDES deve acabar neste mês e a dos Maus-Tratos de Animais, no início do ano que vem, abrindo espaço para a instalação de novas comissões.

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