SSP contesta reportagem publicada pela Folha na sexta (23)



Folha de S.Paulo

O diretor-executivo de comunicação e imprensa da SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) enviou carta à ombudsman contestando informações da reportagem "Governo Alckmin omite dados de pessoas mortas por policiais em SP, publicada em "Cotidiano" na edição desta sexta (23).

Veja a íntegra da mensagem:


"A Folha de S.Paulo cometeu grave injustiça jornalística, além de um erro factual, em sua edição de sexta-feira (23) ao acusar o governo de São Paulo de omitir "dados de mortos por policiais". Os dados supostamente omitidos estavam publicados no site da SSP desde o dia anterior. Na quinta-feira (22), foram disponibilizados os dados trimestrais de letalidade, em seus seis tópicos, tanto para a Polícia Militar quanto para a Polícia Civil, como determina a legislação. O jornal também confundiu homicídios com mortes causadas por intervenção realizada por policiais em folga.

Além da publicação trimestral no site da SSP, é preciso dizer que mensalmente as informações sobre letalidade policial são publicadas no Diário Oficial do Estado. São Paulo é um dos poucos Estados a divulgar também dados específicos sobre mortes provocadas por policiais militares e civis fora de serviço. Também mensalmente a SSP divulga 12 indicadores de criminalidade, dados considerados de alta qualidade pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Desde 2013 esses dados passaram a ser divulgados também por meio de uma entrevista coletiva de imprensa do secretário de Segurança Pública, prática mantida pelo atual ocupante do cargo, o Sr. Alexandre de Moraes. Maior transparência que isso não existe no país. Nenhum, sim, nenhum Estado divulga seus dados mensalmente, muito menos acompanhado de coletiva do secretário. Jamais se viu a Folha, um jornal que se diz nacional, criticar os governos dos demais Estados por não seguirem o modelo de São Paulo. Não há uma só reportagem do jornal sobre tal tema.

A Folha se incomoda com o fato de o secretário de Segurança Pública ter adotado a prática de divulgar alguns dados separadamente, antes da coletiva a ser realizada no dia 25 do mês, alegando que há antecipação de dados positivos. Essa crítica é mentirosa. Não há fracionamento de dados ou escolha de índices bons ou ruins. Os dados são divulgados em sua inteireza e colocados imediatamente no site.

Na terça-feira (20), foram divulgados os dados de roubos de veículos de todos os Municípios do Estado. Na quarta (21), os dados de todas as ocorrências e vítimas de homicídios dos 645 municípios. Na quinta (22), os dados completos de letalidade do terceiro trimestre de 2015, em seus seis tópicos para cada Polícia. Os dados sejam bons ou ruins sempre são divulgados integralmente em respeito à transparência.

No mês passado, igualmente, foram divulgados e publicados antes do dia 25, e depois publicados novamente, todos os dados relacionados a roubo a carga e todos os 12 indicadores relacionados à capital, sejam eles bons ou ruins.

Jamais houve escolha! Não se divulga os dados de roubos de veículos ou homicídios somente de alguns municípios, mas sim de todos. Não foram escolhidos alguns índices criminais da capital, mas sim todos os dados do município de São Paulo.

Se dentro dos dados integrais há informações positivas, qual o problema? Parece até que, para a Folha, um gestor público não tem o direito de divulgar algo positivo. Por que não teria?

Trata-se de opção absolutamente legal e transparente do secretário da SSP, que permite uma maior e mais detalhada análise da população dos dados específicos.

Esse procedimento ampliou a publicidade e transparência dos dados, que são novamente divulgados e publicados no dia 25 do mês, como sempre foram, em entrevista coletiva.

O desrespeito da Folha ao seu próprio Manual de Redação chegou ao ponto de o jornal ter omitido de seus leitores - e nesse caso tratou-se de omissão mesmo - os dados mais recentes sobre roubos de veículos e homicídios. Os leitores da edição impressa do jornal não foram informados de que, pela primeira vez na série histórica que vem desde 2001, a taxa de homicídios no Estado ficou em 9,12 casos por grupo de 100 mil habitantes e que, também pela primeira vez, os homicídios dos primeiros 9 meses do ano ficaram abaixo de 3.000 ocorrências – além da capital ter alcançado o recorde de 9,05 homicídios por 100 mil habitantes.

Reafirmamos: a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo é a mais transparente do país no que diz respeito à divulgação dos indicadores de criminalidade.

São Paulo, 23 de outubro de 2015"

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