Haddad tira dinheiro da habitação popular para pagar empresas de ônibus


RODRIGO RUSSO e FERNANDA ATHAS -FOLHA


Para saldar as dívidas acumuladas com as empresas de ônibus, hoje em R$ 92 milhões, a gestão Fernando Haddad (PT) reduziu investimentos previstos no Orçamento para nove áreas da administração municipal.

Dentre elas estão promessas importantes de seu governo, como a construção de habitação de interesse social, que sofreu corte de R$ 14,1 milhões, os investimentos em novos corredores, que terão R$ 21 milhões a menos, e a implantação e requalificação de terminais de ônibus, que perderam R$ 12 milhões.

Ao todo, R$ 144 milhões foram remanejados para arcar com os subsídios ao sistema de ônibus. A previsão inicial de gastos para o ano, R$ 1,4 bilhão, não foi suficiente para cobrir as despesas –e já neste mês a prefeitura não conseguia cumprir os prazos de pagamento às empresas de ônibus.

Segundo a prefeitura, esse valor seria suficiente para regularizar os pagamentos até o fim do ano, que custariam R$ 1,544 bilhão. Mas a Folha apurou que os custos devem ser ainda maiores. Em 2016, por exemplo, o município pretende gastar R$ 1,9 bilhão em subsídios ao transporte.

Entre as outras áreas que ficarão com orçamento reduzido em razão da regularização dos repasses às empresas de ônibus estão a urbanização de favelas (R$ 2,5 milhões), regularização fundiária (R$ 7 milhões), e intervenções de controle de cheias em bacias de córregos (R$ 26,7 milhões).

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