PT-SP tem contas desaprovadas e fica sem fundo partidário


Bela Megale e Catia Seabra - Folha.com


O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) desaprovou as contas do diretório estadual do Partido os Trabalhadores em relação ao ano de 2010.

Por quatro votos a três, a Corte condenou o sigla e devolver R$ 632.626,69 e a ficar seis meses sem receber o fundo partidário, um dos principais meios de financiamento do partido desde que as doações empresariais minguaram com os escândalos de corrupção denunciados no esteio da Operação Lava Jato.

Entre os problemas apontados pelo relator do processo, o juiz Silmar Fernandes, estão a aplicação irregular do fundo, a impossibilidade de identificação da origem dos recursos oriundos das doações de filiados e a destinação irregular de verba não devida e não contabilizada.

Do valor total que a sigla deve devolver, R$ 343.355,16 terão como destino o Tesouro Nacional devido ao recebimento de recursos de origem não identificada, e R$ 289.271,53 o erário como punição à aplicação irregular do fundo partidário.

A decisão piora a situação financeira do diretório paulista, que é uma das mais críticas entre os diretórios petistas do país por acumular aproximadamenteR$ 50 milhões em dívidas relativas à campanha do atual secretário municipal Alexandre Padilha para o governo do estado em 2014. Ele foi derrotado pelo tucano Geraldo Alckmin.

A análise do TRE-SP não incluiu a prestação de contas da campanha para o governo do estado de 2010 em que o atual ministro-chefe da casa civil Aloizio Mercadante concorreu ao cargo.

Pessoas ligadas ao PT afirmaram à Folha que advogados do partido passaram a tarde desta quinta (3) analisando como irão recorrer à decisão. As sanções só serão aplicadas depois que todos os recursos forem esgotados.

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