Patrícia Britto - Folha.com
Dois dos principais nomes do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) e o governador Geraldo Alckmin (SP) procuraram afastar, nesta segunda-feira (10), a responsabilidade da oposição para encontrar saídas para as crises política e econômica enfrentadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff.
"Não cabe ao PSDB escolher qual o melhor desfecho para essa crise, até porque as alternativas que estão colocadas não dependem do PSDB. Seja a continuidade da presidente, seja a discussão na Câmara dos Deputados sobre o impeachment, seja a questão do TSE", disse Aécio após cerimônia em homenagem a Eduardo Campos, no Recife.
"A oposição não governa. Os erros que hoje estão ocorrendo são por conta do governo, não pode responsabilizar os outros pelos seus problemas. A primeira questão para você resolver um problema é você reconhecer o problema", afirmou Alckmin, rebatendo a declaração da presidente Dilma de que haveria um "vale-tudo" para tentar atingir o governo.
Os tucanos criticaram a atitude do governo de não reconhecer os erros e de "terceirizar" as responsabilidades para solucionar a crise política.
"Percebemos que quanto mais o governo insiste na terceirização de responsabilidades, como nós assistimos no último programa eleitoral do PT, mais ele se distancia da verdade", afirmou Aécio. "O que nós precisamos é passar a limpo essa roubalheira e o país crescer", disse Alckmin.
Eles evitaram, contudo, passar a imagem de que estariam atuando nos bastidores para provocar a queda de Dilma.
"Essa questão de impeachment não está colocada neste momento, não há nenhuma proposta hoje de impeachment no Congresso Nacional. O que precisa agora é investigar, investigar e investigar e cumprir a Constituição", afirmou Alckmin. "Só existirá nova eleição se anular a eleição passada, isso hoje não é discutido."
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