Governo Dilma descumpre envio de verbas do PAC em SP, diz Haddad


Giba Bergamim Jr. - Folha.com


O governo federal descumpriu o cronograma de envio de verbas do PAC para São Paulo duas vezes neste ano. A informação é do prefeito Fernando Haddad (PT), que visitou escolas municipais na zona norte de São Paulo na manhã deste sábado (1).

"Dos R$ 14 bilhões para obras, entre Minha Casa, Minha Vida e PAC, a maioria já está licitada. Agora, cronograma de desembolso do PAC, eu ainda não tive. Brasília ainda não sinalizou, e pela segunda vez foi adiado o prazo sobre o cronograma de desembolso do PAC de São Paulo", disse Haddad.

A crítica indireta à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) ocorre em meio à escassez de repasses de dinheiro federal à cidade, o que está emperrando a execução das principais promessas de campanha do prefeito.

Em junho passado, a Folha mostrou que apenas 5% de R$ 9 bilhões previstos no PAC SP (mobilidade, drenagem e recuperação de mananciais) chegaram à cidade. A verba foi alardeada no primeiro ano do mandato de Haddad em evento com a presidente na prefeitura.

"O que a gente tinha que fazer, está sendo feito para deixar a cidade preparada", disse.

O primeiro prazo venceu em março passado. O segundo, em julho.

DÍVIDA

O prefeito disse, porém, que está avançada a renegociação da dívida com a União. Segundo o prefeito, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já assinou um acordo judicial costurado pelo ex-secretário municipal de Finanças da cidade, Marcos Cruz.

A renegociação diminuiria em R$ 30 bilhões o estoque da dívida do município com o governo federal, que gira em torno de R$ 62 bilhões.

"A assessoria do ministro me garantiu, na sexta-feira (31), que já está assinado. Esse capítulo é o mais importante", disse.

Haddad disse ainda que se reunirá com o conselheiro do TCM (Tribunal de Contas do Município) João Antônio (que é filiado ao PT e ex-secretário do prefeito) para regularizar trechos do edital de licitação de dois corredores de ônibus na cidade, suspensa pelo tribunal na última sexta.

O tribunal apontou sobrepreço de R$47 milhões no edital.

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