Nova campanha de filiações tenta atrair jovens para o PSDB


Daniela Lima - Folha.com

Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Bruna Furlan e José Serra

No momento em que o PT enfrenta a crise mais grave de sua história, o PSDB, maior partido da oposição, começou a preparar o lançamento de uma campanha de filiações.

O presidente da legenda, senador Aécio Neves (MG), deve dar início ao projeto no dia 14 de agosto, em Maceió.

Com o lançamento no Nordeste, os tucanos pretendem fazer uma ofensiva na região, aproveitando que o governo Dilma Rousseff vê sua imagem se deteriorar mesmo nos Estados em que tradicionalmente o PT tem mais votos.

A campanha chegará às ruas no mês em que os tucanos acreditam que haverá um agravamento da crise política, quando o Congresso deverá receber o parecer do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as contas de 2014 do governo federal.

Uma reprovação da petista pelo tribunal pode abrir caminho para a um pedido de impeachment na Câmara. Os tucanos têm reiterado que só defenderão o afastamento de Dilma se houver fato jurídico que justifique a medida.

Líderes da sigla como Aécio e o senador José Serra (SP), porém, já declaram publicamente não acreditar que Dilma concluirá o mandato.

As projeções de assessores que colaboram com o partido também indicam que haverá piora nos índices econômicos, em especial no emprego, a partir do próximo mês.

Por isso, Aécio tem dito acreditar que, em setembro, pode haver um "encontro das águas" –referência à chance de uma somatória de fatores desfavoráveis ao governo.

O PSDB decidiu entregar o comando das mobilizações aos seus quadros mais jovens. Em São Paulo, por exemplo, a busca por filiados deve ficar nas mãos da deputada Bruna Furlan, de 30 anos. Na região Norte, a referência é o deputado Arthur Virgílio Bisneto, 35.

Aécio tem dito a aliados que o PSDB vive seu melhor momento e que é preciso aproveitar o recente engajamento de pessoas mais jovens nas atividades da sigla.

Ele tem citado pesquisa recente do Datafolha que mostrou recorde de preferência dos eleitores pelos tucanos (9%), pela primeira vez em nível próximo ao do PT (11%).

A sigla também aposta nos interlocutores jovens para ampliar o diálogo do PSDB com grupos que organizam atos contra o governo Dilma.

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