Governador de São Paulo nega que haja posicionamento ‘golpista’, como foi dito pela presidente Dilma
CHICO DE GOIS - O GLOBO
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou, nesta quarta-feira, que a oposição seja golpista, como disse a presidente Dilma Roussef em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" publicada ontem. Para Alckmin, que tem se mostrado mais moderado na discussão do impeachment que parte de seu partido apoio, a oposição é necessária.
— A oposição é necessária. É tão patriótico ser governo como ser oposição — afirmou.
Ele também defendeu que os órgãos de fiscalização cumpram com o seu dever e disse que caberá a Dilma dar as explicações cabíveis sobre as pedaladas fiscais que foram criticadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e podem servir como mote para que o órgão sugira a rejeição das contas da petista.
— Nós somos cumpridores da Constituição. Cada um fazendo a sua parte. Quem tem que investigar, investiga; quem tem que prestar contas, presta contas; quem tem que decidir, decide. Nosso compromisso tem que ser com a Constituição.
Alckmin declarou que a prioridade da CPI da Petrobras tem que ser investigar as irregularidades e que, a cada dia, aparecem fatos novos, o que, para ele, assemelha-se a uma história sem fim.
— Investigação e Justiça. Cabe à presidente se pronunciar e se explicar.
Alckmin compareceu para uma audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado motivado por um convite do senador Fernando Bezerra (PSB-PE) para falar sobre a crise hídrica. Apesar de o estado de São Paulo ter enfrentado racionamento em certas regiões, o tucano voltou a negar que tenha faltado água nas torneiras dos paulistas e paulistanos. Ele foi tratado com deferência pelos participantes da reunião, que lhe pediram até conselhos e sugestões de como fazer para evitar a falta de água e como fazer para minimizar o problema em outros estados.
Bezerra, que foi ministro da Integração Nacional no primeiro mandato de Dilma, disse que Alckmin pode contribuir para reduzir a crise política por que passa o país, sobretudo por conta das ameaças de impeachment contra a petista.
— A presença massiva de parlamentares aqui justifica a identificação na liderança do governador de São Paulo como uma voz serena e lúcida para que o Brasil possa atravessar esse momento — melogiou Bezerra.
Aécio Neves (PSDB-MG) chegou no fim da sessão da comissão, mas aproveitou para ainda fazer um elogio ao seu desafeto interno no partido.
— O partido tem um orgulho enorme de sua trajetória e certamente Vossa Excelência alcançará voos maiores — disse em referência ao fato de Alckmin já ter sido vereador, prefeito, deputado e governador. Só falta ser senador e presidente da República, mas, para isso, tem que vencer a disputa interna com o próprio Aécio.
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