Rezo 20 vezes por dia, diz Alckmin sobre filho Thomaz


Bele Megale - Folha.com


Pouco mais de dois meses depois da morte do filho caçula Thomaz, 31, em um acidente aéreo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, relatou àFolha que recorre à fé para lidar com a perda.

"Tomei como hábito, quando vem aquela dor, rezar um pai-nosso. Estou rezando uns 20 por dia. Toda hora. Daí dá uma acalmada", disse ele.

Alckmin também tem buscado conforto olhando para uma foto da neta Julia, filha caçula de Thomaz, de três meses.

No grupo de WhatsApp da família circula uma montagem com a imagem dela ao lado de uma foto de Thomaz quando era bebê. "É a mesma covinha, o mesmo queixinho", diz o governador olhando no seu celular.

Segundo pessoas próximas, Alckmin mostra com frequência a foto da neta, apontando as semelhanças com o filho falecido.

Desde que Thomaz morreu, o governador tem no seu gabinete um porta-retratos com ele sorrindo. Presente da mulher, Lu Alckmin, a imagem fica ao lado de uma foto da primeira-dama com três dos cinco netos do casal.

Em conversas recentes com pessoas que também perderam seus filhos, o governador ouviu de uma delas que passou a pertencer ao "clube do maior sofrimento do mundo".

"É a inversão da ordem natural das coisas. O certo é que os filhos enterrem os pais", disse à reportagem.

Alckmin também fez um paralelo sobre o tempo que teve para assimilar a notícia em comparação com um amigo que recebeu o diagnóstico de que o filho estava doente. "Ele teve um ano entre saber da doença e a morte. Eu soube de tudo em 45 segundos", disse em referência à maneira como teve conhecimento da tragédia.

Thomaz Alckmin morreu após o helicóptero em que estava a bordo cair em um condomínio residencial em Carapicuíba (SP). As outras quatro pessoas que estavam na aeronave também morreram.

Ele era piloto, mas estava lá como tripulante convidado para participar de um voo experimental.

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