Sem apoio em comissão da reforma política, PT vai defender modelo proposto pelo PSDB


Petistas deixarão de apoiar chamado voto em lista para escolha de deputados e vão encampar voto distrital misto


DANIEL CARVALHO E DAIENE CARDOSO - O ESTADO DE S. PAULO

Deputados durante sessão da Comissão Especial da Reforma Política

Contrário ao modelo de votação para deputados defendido pelo PMDB e sem apoio para levar adiante a proposta de voto em lista, o PT anunciou nesta terça-feira, 19, que passaria a defender o voto distrital misto, modalidade defendida pelo PSDB. O sistema é um dos pontos discutidos pela Comissão Especial de Reforma Política da Câmara.

Inicialmente, o PT defendia o sistema segundo o qual o eleitor vota no partido, que antes da eleição elenca os candidatos e em que ordem serão eleitos, a depender do número de cadeiras a que aquela legenda tiver direito. O sistema distrital misto mescla características do sistema distrital (vence o deputado mais votado em cada região) e proporcional (pelo voto no partido).

Mesmo contra sua vontade, o relator da PEC da reforma política, Marcelo Castro (PMDB-PI), incluiu em seu parecer o sistema chamado distritão, defendido por seu partido e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Por este modelo, são eleitos os mais votados no Estado, sem proporcionalidade. O PT é contra o distritão por entender que encarece as campanhas, personifica a eleição e impede a renovação política.

"Vamos defender a partir de agora a proposta que é intermediária. Aceitamos uma composição com o voto distrital misto", afirmou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) durante a sessão.

Na sessão desta terça, a comissão votaria o relatório de Marcelo Castro com as propostas de mudanças do sistema eleitoral. Após críticas de Cunha ao texto, porém, Castro apresentou nesta manhã uma nova versão e o colegiado adiou a votação para a próxima segunda-feira, 25. Além do sistema de escolha de deputados, o parecer do deputado apresenta, entre outros pontos, mudanças no modelo de financiamento de campanha, sugere o fim da reeleição e mandatos de cinco anos para cargos do Executivo.

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