Governo Alckmin ameaça encerrar contrato com a Alstom


Secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, diz que obras estão atrasadas e que empresa já recebeu multas que somam R$ 77 milhões

Secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni e governador Geraldo Alckmin

O governo de São Paulo estuda rescindir contrato de 721 milhões de reais com a multinacional francesa Alstom, responsável pela instalação do sistema de sinalização CBTC no Metrô (sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação). Em visita às obras da Linha 5-Lilás do Metrô nesta quinta-feira, o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, disse que não está satisfeito com o ritmo de instalação do sistema pela companhia.

O CBTC é um sistema que pode diminuir o intervalo de chegada dos trens nas plataformas e, segundo o governo, reduzir a superlotação. Pelissioni afirmou que novas licitações podem ser lançadas. "O contrato não está andando a contento, a nosso ver, e estamos estudando levar para o governador [Geraldo Alckmin] a possibilidade de rescisão", afirmou. "Esse contrato tinha também as portas de plataforma [que, após cinco anos, ainda não estão em operação]. Estamos avaliando com a nossa equipe técnica e jurídica essa possibilidade, para podermos fazer novos contratos."

Em nota, a Alstom negou que as portas de plataforma façam parte do escopo do contrato. "A Alstom lamenta que o tema seja levado a público sem nem sequer ter sido iniciada qualquer discussão com a empresa", diz o texto. A multinacional afirmou que a demora será resolvida na Justiça. "A responsabilidade pelo atraso na implementação do sistema está sendo discutida em processo de arbitragem jurídica." O Metrô afirmou que aplicou à Alstom multas que somam 77 milhões de reais, valor máximo previsto em contrato.

A Alstom é uma das empresas acusadas de fazer parte de um cartel no sistema metroferroviário paulista que lesou os cofres públicos e foi denunciado pela Siemens em 2013, em acordo de leniência. A multinacional francesa também enfrenta investigações e ações judiciais por fraudes no setor de Energia.

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