Presidente da Sabesp diz que Padilha age com ‘oportunismo descabido’


PAULO GAMA - PAINEL DA FOLHA

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, durante gravação de propaganda na represa Billings (Foto Zanone Fraissat – 20.mar.2014/Folhapress)

A presidente da Sabesp, Dilma Pena, reagiu à propaganda que o PT levará à televisão nesta quarta-feira e acusou o candidato da sigla ao governo paulista, Alexandre Padilha, de “oportunismo político descabido”.

No filme, Padilha compara o sistema Billings (que opera com capacidade alta) ao Cantareira (que tem registrado níveis abaixo dos 13% de sua capacidade) para dizer que o problema não é de falta de água, mas de planejamento do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

“Não sei lhe dizer o que se passa na cabecinha dele [Padilha], mas que ele está falando inverdades, isso eu afirmo”, disse Pena à coluna.

Segundo Pena, o sistema Billings já é integrado a outros sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo e contribui com 7 m³ por segundo à área. “O que é possível tirar dele nós já tiramos”, diz.

“Lamento muito que o ministro desconheça tanto a região. É um oportunismo político descabido, que não leva em consideração a necessidade de informação da sociedade, e desinforma até.”

Ela diz ainda que a defesa de um sistema substituto ao Cantareira demonstra “total desconhecimento das condições hídricas e técnicas para enfrentar esse problema”. “Jamais poderia alguém de bom senso imaginar que pode haver um sistema substituto para o Cantareira, que só para a região metropolitana produz 30 m³ por segundo.”

Sobre questionamentos a respeito do volume de investimentos da estatal, considerado baixo por críticos e já atacado por Padilha, Pena disse que “isso também é mentira”. ”Só a Sabesp investe R$ 2,5 bilhões por ano e ainda paga R$ 1,2 bilhão de impostos para o governo federal, que não retorna nenhum real para a Sabesp.”

“Nós poderíamos investir até mais se, de fato, o governo federal e o Ministério da Saúde estivessem preocupados com a saúde sanitária da população de São Paulo, mas não me parece que estejam, porque o ex-ministro desconhece a situação de São Paulo.”

No fim da semana passada, Alckmin chegou a dizer que não transformaria a crise de abastecimento em “picuinha política”. Por isso, tem evitado declarações sobre o tema.

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