Governador Geraldo Alckmin apresenta sistema inteligente de monitoramento de crimes


Ferramenta paulista será pioneira fora de Nova Iorque, onde foi idealizada pela Microsoft para ações de contraterrorismo e no combate a delitos


O governador Geraldo Alckmin apresentou nesta quarta-feira, 16, a nova etapa do Detecta, moderno sistema que constrói um "mapa do crime" dinâmico e que faz parte do programa SP Contra o Crime. Em parceria com a Microsoft e seguindo o modelo existente há sete anos em Nova Iorque, o novo sistema de monitoramento inteligente é uma ferramenta de tecnologia de ponta que ajudará no patrulhamento, investigação, planejamento de combate a crimes e identificação dos padrões de delitos em cada localidade.

“Teremos um grande avanço para a segurança pública de São Paulo. Uma inovação muito importante contra o crime. É a primeira vez que esse modelo de sistema, com alarme e monitoramento inteligente, sai dos Estados Unidos e vamos implantá-lo aqui em São Paulo. Esperamos que ele esteja operando em 120 dias. É um software extremamente inteligente que integra informações, buscas, alarmes, ou seja, uma ferramenta importantíssima para o combate ao crime”, frisou Alckmin.

O Detecta será aprimorado para ser o mesmo sistema utilizado pela polícia de Nova Iorque, que foi desenvolvido pela Microsoft em parceria com a polícia da cidade. A ferramenta foi idealizada para ações de contraterrorismo na cidade americana e passou também a ser utilizada no trabalho contra outros tipos de crimes. Esta é a primeira vez em que o sistema será utilizado fora de Nova Iorque.

"Este sistema vai permitir um salto de qualidade na investigação policial e também na prevenção e no policiamento ostensivo”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira. “O novo Detecta é algo pioneiro, que tenho certeza será utilizado futuramente em escala nacional, de maneira integrada com outros Estados."

Alarmes

Com o Detecta, serão emitidos alarmes automáticos para ajudar no trabalho policial. Isso permite que PMs e policiais civis recebam informações de inteligência sem que seja necessário operar o sistema a todo momento.

Por exemplo, um suspeito foge em um carro vermelho em que só se sabe parte do número da placa. Com apenas isso, o sistema pode ser configurado para localizar todos os veículos com aquele número parcial, da mesma cor, e apresentar essas localizações em um mapa.

Além disso, a viatura mais próxima será alertada dessa ocorrência. Essas localizações podem ser feitas por sensores de leitura de placas ou por câmeras que também têm essa capacidade.

Isso também pode ser feito para o caso de um procurado pela polícia. Toda vez em que as características desse procurado forem inseridas em algum dos sistemas das polícias, um alerta será acionado e apresentará o histórico desse procurado.

As investigações também ganharão agilidade no acesso e no cruzamento de informações. Será possível, por exemplo, fazer buscas de um determinado nome e localizar em um mapa todas as ocorrências relacionadas a ele, seja na Polícia Militar, na Civil ou no Detran.

Outra possibilidade é que seja emitido um alerta sempre que for registrado um crime com as mesmas características de outro que já está sendo investigado, mesmo que seja em regiões ou cidades diferentes.

Um veículo que tenha passado nas proximidades de dois ou mais roubos com dias ou semanas de diferença pode passar a ser acompanhado pelo sistema. Isso pode acontecer mesmo que as vítimas não tenham reparado no veículo, mas os leitores de placa o tenham identificado no local.

A nova etapa do Detecta contribuirá ainda com o planejamento das ações policiais, pois permitirá a identificação de padrões de crimes praticados em cada região a partir dos registros realizados. Então será possível saber com precisão datas, horários e locais em que mais acontecem determinados crimes em cada região, além de possíveis migrações ou mudança de atuação da criminalidade.

Integração

Essas são informações que já existem e estão à disposição, mas que o sistema inteligente de monitoramento apresentará de forma automática e rápida para diminuir o tempo de resposta das polícias.

A previsão é que o sistema comece a funcionar em quatro meses e esteja completamente em funcionamento em janeiro do próximo ano. Neste intervalo, serão integrados, gradativamente, todos os bancos de dados do Estado, como o do 190, dos boletins de ocorrência da PM e da Polícia Civil e do Detran.

A nova etapa do Detecta chega a São Paulo com alertas para 10 mil padrões de crimes, que foram desenvolvidos durante a experiência em Nova Iorque. Esses alertas podem ser alterados, modificados para a realidade brasileira e podem ser adicionados novos alertas.

O Governo do Estado investiu R$ 9,7 milhões para que São Paulo tenha o sistema de monitoramento inteligente.

Haverá três centrais com o sistema em telões (video wall): Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), Cepol (Centro de Comunicações e Operações da Polícia Civil) e Ciisp (Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública do Estado de São Paulo). Contudo, esse sistema poderá ser utilizado em computadores, notebooks, tablets e smartphones.

A inovação integra todas as informações criminais que estão à disposição, além de outros dados importantes para o trabalho policial: chamadas para o 190 (PM) e 193 (Bombeiros), boletins de ocorrência, Infocrim, Ragisp (Relatório Analítico Gerencial de Inteligência de Segurança Pública), Copom Online – utilizado pela PM para localizar ocorrências -, sistemas de videomonitoramento, mandados de prisão, leitores automáticos de placas, lista de veículos roubados e furtados, cadastros de carteiras de identidade e de motorista.

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